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Capital

Prefeitura quer abrir ruas, mas indígenas se recusam a deixar terreno

Casas foram construídas no local, na região oeste de Campo Grande, mas famílias dizem que não têm para onde ir.

Bruna Kaspary e Silvia Frias | 29/01/2019 15:47
Indígena mostra preocupação com casa construída na Vila Romana (Foto: Henrique Kawaminami)
Indígena mostra preocupação com casa construída na Vila Romana (Foto: Henrique Kawaminami)

A abertura de duas ruas está sendo ponto de discórdia na comunidade indígena da Vila Romana, região oeste de Campo Grande. Duas famílias se recusam a sair de área onde a prefeitura pretende fazer a ligação das vias e dizem não ter condições de construir casa em outro terreno.

A comunidade ocupa área invadida de 3 hectares, reunindo 113 famílias. No local, eles abriram algumas ruas para passagem dos moradores e a prefeitura resolveu fazer a ligação dessas vias com outras já existentes, a Centurião e a Marco Antônio.

O problema é que, no meio do caminho, estão as casas das famílias de Dionísio Piu, 50 anos, e Leidinara Jorge, 26 anos. Dionísio, autônomo, mora com a esposa, os dois filhos de 3 e 1 anos e a mãe, de 80 anos.

Ele conta que a equipe da Emha (Agência Municipal de Habitação) foi até o local em novembro do ano passado, dando prazo de 15 dias para que eles saíssem do local.

Segundo Dionísio, foi dada a alternativa para que eles construíssem a casa em outro local do terreno. Ontem, os técnicos da Emha voltaram e determinaram a saída em sete dias.

“Não tem como a gente sair, não tem como a gente construir tudo de novo; e meus filhos não vão morar debaixo de lona”, diz Dionísio. Ele diz que gastou o dinheiro no tratamento da esposa, que faz acompanhamento médico em São Paulo.

Leonira, a vizinha, mora com o marido e os quatro filhos (8, 7, 1 ano e seis meses de idade). No caso deles, a família começou a construir a casa no local indicado pela prefeitura, mas, sem dinheiro, não passou da fundação.

O cacique Donaldo Fernandes, 46 anos, disse que a comunidade ofereceu ajuda para levantar as casas, mas as famílias se recusaram por não terem dinheiro. O receio é que a prefeitura desista da abertura da rua por conta do impasse.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura, que não se manifestou até a publicação desta matéria.

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