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Capital

Presidente de bairro diz que empresas estão importando moradores de rua

Alan Diógenes | 13/03/2015 20:59
Audiência pública foi solicitada pelo Ministério Público Estadual. (Foto: Marcelo Calazans)
Audiência pública foi solicitada pelo Ministério Público Estadual. (Foto: Marcelo Calazans)

O presidente da Associação de Moradores do Bairro Maria Aparecida Pedrossian, Jânio Batista Macedo, declarou durante audiência pública promovida pelo MPE (Ministério Público Estadual), nesta semana, que empresários da Capital estão contratando pessoas de fora para trabalhar, as demitem e elas acabam indo para as ruas sem terem onde morar. Suas falas foram gravadas em vídeo por pessoas que assistiram a reunião.

Segundo ele, trabalhadores que vieram de fora para trabalhar em carvoarias e fazendas acabaram se viciando em drogas, foram demitidos e hoje moram no pontilhão na saída para Três Lagoas, antes do bairro. “Ao todo existem sete comunidades nesta região, entre elas, o residencial Damha, Oito, Fernando Sabino, Vivendas do Parque, Samambaia, entre outros, que convivem com a presença de um grupo de 17 a 20 usuários de drogas perambulando pelas ruas”, comentou Jânio Macedo.

Uma das ponderações dos participantes do encontro foi em relação às melhorias no Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento ao Migrante), que funciona na saída para Três Lagoas, entre o Parque dos Poderes e o bairro Maria Aparecida Pedrossian e recebe em média 80 pessoas por dia. “Essa situação se arrasta desde as antigas administrações municipais. O Cetremi não consegue comportar mais essas pessoas, que se refugiam no pontilhão próximo ao Maria Aparecida Pedrossian”, apontou Jânio.

Durante a audiência, a ausência de assistência para estas pessoas está sendo observada “In loco” pela titular da 67ª Promotoria de Justiça De Campo Grande, Jaceguara Dantas da Silva Passos. Conforme a promotora, dezenas de recomendações foram feitas a Prefeitura para melhorar a assistência aos moradores de rua, que no entanto, não foram “seguidas”. Recomendações estas, que são frutos de investigações que apontaram a fragilidade do “sistema”.

De acordo com Jaceguara, somente em 2014 o Creas Sul recebeu cerca de R$ 300 mil do fundo nacional de assistência social e não funciona plenamente. A promotora lembra que o município por diversas vezes foi notificado e até então nenhuma providência foi tomada. Segundo ela, a Prefeitura pode ser alvo de ação civil pública e ter todos os recursos destinados a SAS (Secretaria de Assistência Social) bloqueados.

Conselho Comunitário de Segurança, que também participou do encontro, ressaltou que o número de moradores de rua cresceu 116% no período entre 2013 e 2014, e hoje chega a aproximadamente 1.300, somente na região central.

Na Capital, a rede atendimento aos moradores de rua tem o Centro POP (Centro Especializado em Atendimento a População em Situação de Rua), o Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social) e o Cetremi (Centro de Triagem e Apoio ao Migrante). Além de parcerias com Cedami (Centro de Apoio aos Migrantes) e Lar São Francisco de Assis.

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