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Capital

Preso por abastecer presídio, “Roninho PCC” cumpria pena por tráfico

Em 2017, foi condenado a 6 anos de reclusão e 600 dias-multas por vender cocaína e crack em Três Lagoas

Geisy Garnes | 20/10/2021 15:58
Garrafas de bebida encontradas dentro do caminhão de lixo. (Foto: Paulo Francis)
Garrafas de bebida encontradas dentro do caminhão de lixo. (Foto: Paulo Francis)

Interno do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande, preso na Operação Ouro Branco tentando entrar no presídio com drogas, bebidas e celulares, Ronaldo Aparecido de Paulo de Souza, conhecido como “Roninho Abadia PCC” ou “PCC”, cumpre pena por tráfico de drogas. Além dele, outras sete pessoas foram detidas por participação no esquema.

Tal qual o verdadeiro dono do nome que carrega como apelido, o narcotraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, o interno da Máxima cumpre pena por vender porções de cocaína e crack em Mato Grosso do Sul.

Em 2017, foi condenado a 6 anos de reclusão e 600 dias-multas por vender cocaína e crack em Três Lagoas – cidade a 338 quilômetros de Campo Grande.

O flagrante aconteceu em junho do ano anterior. Segundo a polícia, “Roninho Abadia PCC” era casado com Mellry Aparecida Luiza Veiga e juntos administravam uma boca de fumo no Conjunto Habitacional Imperial. Denúncias feitas na época apontaram que o casal trabalhava com “disk drogas” e recebia diversas pessoas no local diariamente.

Por 15 dias, a casa foi vigiada pela polícia. No dia da ação que prendeu o casal, os policiais encontraram porções de cocaína no guarda-roupa e também munições calibre 38.

O envolvimento de Roninho com o tráfico, no entanto, começa anos antes da condenação e fica comprovada nos boletins de ocorrência feitos pela polícia. A primeira prisão é registrada em 2012, também em Três Lagoas. Ele volta a ser apontado como traficante em 2013, 2014 e, por fim, em 2016. Depois disso, começou a cumprir pena pelos crimes e não saiu mais.

Nesta segunda-feira (18), foi flagrado abastecendo o Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, com bebidas, drogas e celulares. Para entrar com os produtos no presídio do Complexo Penal do Jardim Noroeste, ele e os outros acusados usava o caminhão de lixo da unidade. Hoje, teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia.

Celulares que seriam revendidos dentro da Máxima. (Foto: Paulo Francis)
Celulares que seriam revendidos dentro da Máxima. (Foto: Paulo Francis)

Investigação - Durante a investigação, os policiais flagraram o momento em que Ronaldo saiu da Máxima dirigindo o trator com um reboque de madeira usado no transporte de lixo da unidade. Escoltado pelo agente penitenciário Emerson Adolfo Scipião dos Santos, ele atravessou a rua e foi até os containers da Solurb. Enquanto o interno descarregava os sacos, a equipe observou a presença do terceiro envolvido no esquema.

O homem, mais tarde identificado como o policial militar reformado Carlos Alberto Rocha, 57 anos, se aproximou dos outros dois e assumiu a posição de “vigia” do crime. Com o aval dele, diversos produtos retirados do container começaram a ser colocados dentro do reboque de madeira.

Garrafas com bebidas alcoólicas, porções de maconha, cocaína e celulares foram encontrados em fundo falso. Os três foram presos em flagrante. Para tirar os produtos com “facilidade”, as garrafas e tabletes de droga eram amarradas umas às outras, bastava puxar a corda.

A polícia ainda descobriu o envolvimento de cinco mulheres, que faziam o papel de fornecedoras, entre elas, a atual mulher de Ronaldo. Todos passaram por audiência de custódia nesta manhã.

As audiências – O agente penitenciário Emerson Adolfo Scipião dos Santos e o ex-policial, também tiveram a preventiva decretada nesta manhã. Carlos Alberto da Rocha cumpre pena no regime semiaberto pelo assassinato de João Victor Gomes Rosa, 21 anos. O crime aconteceu em agosto de 2016, no município de Rio Verde de Mato Grosso.

Já Daiane Ferreira Fim, de 31 anos, mãe de cinco filhos, recebeu a liberdade provisória com a condição de não se aproxima dos presídios de Campo Grande em um raio de 300 metros e usar tornozeleira eletrônica por 180 dias. Ela ainda não pode sair de casa durante a noite, das 20 horas às 6 horas.

Assim como ela, as outras quatro mulheres presas foram liberadas: Paola dos Santos Correa, Lorrana Fernandez, Karina Fernandez e Drielly Ferreira Fim, de 19, 21, 23 e 27 anos. Todas tiveram o direito de visitar presos suspenso, foram proibidas de se aproximarem das unidades penais e receberam monitoramento eletrônico.

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