Punição é jeito de evitar novos erros, diz vereador sobre suspensão de médicos
Beto Avelar acompanhou o julgamento que determinou 30 dias de afastamento dos profissionais
O vereador Beto Avelar (PP) elogiou a decisão do CRM (Conselho Regional de Medicina) que puniu os médicos envolvidos no caso que deixou seu filho, Roberto de Avelar Júnior, de 34 anos, em estado vegetativo após uma cirurgia em Campo Grande. Segundo o parlamentar, o conselho “não foi conivente com a quantidade de erros” e aplicou “a maior punição possível” dentro de sua competência, já que a cassação definitiva só pode ser determinada pelo Conselho Federal de Medicina.
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O vereador Beto Avelar (PP) elogiou a decisão do Conselho Regional de Medicina (CRM) que suspendeu dois médicos envolvidos no caso que deixou seu filho em estado vegetativo após uma cirurgia em 2022. Segundo ele, a punição, embora pareça leve, é considerada grave no meio médico e serve para evitar futuros erros. O anestesista e a diretora do hospital foram penalizados por falhas graves, como a ausência do profissional durante o procedimento e a má condução da sindicância interna. Avelar destacou que o silêncio diante de erros médicos é uma forma de conivência e que a decisão do CRM tem caráter pedagógico. O caso, ocorrido durante uma cirurgia de amígdalas, resultou em parada cardiorrespiratória no paciente. Os profissionais ainda podem recorrer ao Conselho Federal de Medicina. O vereador espera que o exemplo iniba novas negligências.
O julgamento, realizado na noite de quinta-feira, analisou um processo com quase quatro mil páginas e concluiu pela suspensão de 30 dias do anestesista Antônio Rodrigues de Pontes Neto e Karin Kiefer Martins, então diretora do Hospital Adventista do Pênfigo, pelo caso de 2022. A punição parece ser pequena, mas dentro do cenário da Medicina é considerada gravíssima.
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Avelar, que acompanhou o processo como pai e também como advogado, destacou que os conselheiros “esmiuçaram o processo”, identificando falhas graves na conduta do anestesista, que teria deixado a sala de cirurgia e delegado funções a uma técnica de enfermagem que não estava habilitada para monitorar o paciente.
“O anestesista foi indiciado por lesão corporal gravíssima com dolo eventual porque sabia que não podia sair da sala”, afirmou o vereador. A diretora do hospital, segundo ele, também foi punida por ter conduzido de forma inadequada a sindicância interna e por “dar cobertura aos erros” da equipe.
Beto Avelar defendeu que o caso sirva como exemplo e afirmou que o silêncio diante de falhas médicas seria uma forma de conivência. “Silêncio sobre erro médico é cumplicidade com o próximo erro. Se a gente se cala, o próximo acontece. É como a caixa-preta de um avião: serve para entender o que deu errado e impedir que se repita”, disse. Para ele, a decisão do CRM tem caráter pedagógico e reforça a importância da responsabilidade profissional. “Foi uma decisão colegiada, muito bem fundamentada, que vai ter repercussão grande, tanto na área criminal quanto na cível”, completou.
O caso aconteceu em 2022, durante uma cirurgia de retirada de amígdalas no Hospital Adventista do Pênfigo. O filho do vereador sofreu uma parada cardiorrespiratória e ficou em estado vegetativo permanente. Os profissionais ainda podem recorrer ao Conselho Federal de Medicina. O Campo Grande News procurou o Hospital do Pênfigo e aguarda manifestação sobre o caso.


