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Capital

Quadrilha especializada em roubo de carga vendida produtos até 50% mais barato

No total, a operação cumpriu 40 mandados de prisão preventiva e 45 mandados de prisão temporária em MS e outros nove estados

Geisy Garnes | 29/08/2019 18:40
Promotores Paulo Penna Prado (MP-GO) e Daniel Martinez (MP-MG) em coletiva de imprensa (Foto: MP-GO)
Promotores Paulo Penna Prado (MP-GO) e Daniel Martinez (MP-MG) em coletiva de imprensa (Foto: MP-GO)

A quadrilha especializada em roubo e receptação de cargas, alvo de operação em Mato Grosso do Sul e outros nove estados nesta quinta-feira (29), revendia os produtos até 50% mais barato e possuía até empresas de fachada para produzir notas ficais para os compradores. Em Campo Grande foram cumpridos um mandados de prisão temporária e um de busca e apreensão. O nome do alvo não foi divulgado.

No total, a Operação Mercúrio cumpriu 40 mandados de prisão preventiva e 45 mandados de prisão temporária e 110 mandados de busca e apreensão em 10 estados brasileiros.

Em coletiva de imprensa o promotor de Justiça Daniel Marotta Martinez, do Ministério Público de Minas Gerais, explicou que as ações desta quinta-feira tinham como foco os receptadores das cargas roubadas, mas atingiram também outros núcleos da organização criminosa.

“Sabemos que o grande combustível de roubo a carga são os receptadores. São enormes qualidades de produtos que não facilmente vendidas, por isso a necessidade de empresas, legalmente constituídas, para fazer aquisição dos produtos e a revenda”, detalhou Daniel Marotta.

As investigações também identificaram os responsáveis por intermediar a venda dos produtos, advogados contratados para dar suporte jurídico à quadrilha, efetuar pagamento de propina nas delegacias para liberar integrantes presos e ainda empresas criadas para lavagem do dinheiro gerado pelo crime.

O promotor explicou que depois do roubo, as notas fiscais da carga eram enviadas aos principais receptadores, se eles tinham interesse na compra, entravam em ação três empresas fantasmas, com sede em Uberlândia, criadas única e exclusivamente para fabricação de notas falsas para “legalizar” a venda dos produtos.

Eram feitas uma cópias “perfeitas” das notas originais, com as informações corretas, mas empresa falsa. Assim os motoristas conseguiam viajava o país inteiro com cargas roubadas para entregar aos receptadores. Foram identificadas cargas de produtos agrícolas, medicamentos e até de giletes, tudo vendido 40% a 50% mais barato.

“Os pagamentos eram feitos com a entrega de veículos de luxo, cheques e depósito em contas”, detalha o promotor. Os veículos eram revendidos em garagens de Uberlândia e os cheques trocados com agiotas, que depositavam em contas de laranja e retiravam o dinheiro cobrando juros altíssimos. Cinco agiotas foram identificados.

O ministério público ainda descobriu ao longo dos anos vários episodio de corrupção policial. Quatro policiais civis tiveram a prisão decretada após cobrarem R$ 100 mil para devolver cheques e carros apreendidos durante um flagrante na cidade de Aparecida de Goiânia.

De acordo com o promotor, foram registrados pelo menos 70 roubos feitos pela quadrilha entre os anos de 2014 e 2015, o que, somados aos cheques apreendidos, carros de luxo e os prejuízos causados aos Fiscos dos Estados de Goiás e Minas Gerais, de aproximadamente R$ 40 milhões, valor que foi bloqueado judicialmente e será eventualmente utilizado na reparação de danos às vítimas.

Operação - A Operação "Mercúrio" é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia e aconteceu nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins, Pernambuco, São Paulo – Franca – e Paraná – Londrina.

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