Rapaz que matou rival de facção a tiros é condenado a 16 anos de prisão

No primeiro júri de 2023, James Deann Lucas Martins, 29 anos, acabou condenado a 16 anos de prisão pela morte de Jamsonn Luiz Cordeio. O corpo da vítima foi encontrado no dia 30 de maio de 2018, na Avenida Flores da Cunha, Jardim Noroeste, em Campo Grande, dias depois do mesmo autor tentar matar o rapaz a tiros na mesma região.

Em agosto de 2022, James foi condenado a 11 anos de prisão pela tentativa de homicídio. Conforme os autos do processo, no dia 12 de maio de 2018, Jamsonn foi alvejado por disparo de arma de fogo na Rua Ubatuba, Bairro Nova Serrana. Ele foi socorrido, mas foi encontrado morto dias depois.

Na época, o advogado de James explicou ao Campo Grande News que o rapaz reconheceu a tentativa de homicídio e, apesar de a vítima ter sido encontrada morta dias depois, ele não reconhece o assassinato.

“Hoje foi julgada a tentativa, porque a vítima assediava a mulher do James e de outras mulheres nas imediações da escola. O homicídio será debatido em outro momento e vamos demonstrar que ele não tem nada a ver com o crime”, disse Jefferson Nascimento Bezerra.

James acabou sentando novamente no banco dos réus da 1ª Vara do Tribunal do Júri, nesta quinta-feira (19). A defesa do rapaz pediu a absolvição genérica e a exclusão das qualificadoras de motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, requereu que a confissão fosse reconhecida em caso de condenação.

No entanto, o Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e autoria do crime, afastando assim as teses da defesa. Com isso, James Deann acabou condenado a 16 anos de prisão em regime fechado. A decisão é assinada pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, presidente da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Homicídio – Jamsonn foi achado morto no dia 30 de maio, por volta das 6h, na Avenida Flores da Cunha, Bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande. Na época, a informação divulgada pela Polícia Civil era de que o rapaz havia sido atingido por um tiro de pistola 9mm na testa e depois o corpo foi abandonado no local.

Por estar em rigidez, a informação era de que o crime foi cometido na noite anterior, dia 29 de maio. O rapaz tinha longa ficha criminal e tinha sido vítima de um atentado no início daquele mês, quando foi atingido por tiros no peito, quadril e braço. Ele chegou a ficar internado e havia deixado o hospital uma semana antes.

James foi preso dias depois, pelo envolvimento no roubo de um veículo Cobalt, no Bairro Tiradentes. Na ocasião, a polícia relatou que encontrou com o acusado uma carta, com data de 29 de maio, onde confessava o assassinato de Jamsonn.

Ainda conforme informações divulgadas na época, James ainda teria confessado o assassinato na delegacia e teria contado detalhes do crime e de outra execução, em 2012, quando foi condenado a 12 anos e 6 meses de prisão e acabou sendo solto 6 anos depois.

Conforme a Polícia Civil, ainda em 2018, o rapaz relatou ter sido batizado na facção como disciplina na Facção PCC (Primeiro Comando da Capital), que a ordem para matar Jamsonn veio de dentro da cadeia e que este seria integrante do CV (Comando Vermelho).