ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Réu pede para deixar júri e acusação alega que morte de mecânico foi premeditada

Para promotor, autor queria ficar com a casa que alugava da vítima, há seis meses

Liniker Ribeiro e Bruna Pasche | 05/11/2018 12:04
Réu sentado acompanhando júri do caso em que responde pela morte de mecânico (Foto: Henrique Kawaminami)
Réu sentado acompanhando júri do caso em que responde pela morte de mecânico (Foto: Henrique Kawaminami)

Elizandro Aparecido Fonseca, de 37 anos, pediu para não continuar acompanhando o júri realizado na manhã desta segunda-feira (5), sobre o caso em que responde pela morte do mecânico Edson Martins da Rosa, de 52 anos, em agosto de 2016. O pedido veio após o réu dar uma nova versão sobre a autoria do crime, afirmando ter sido ameaçado com uma faca, pela vítima.

Até o momento, nos depoimentos que prestou ao longo do processo, Elizandro apenas assumia a autoria do crime e afirmava estar arrependido. Ele também chegou a dizer que, no dia em que tudo aconteceu, ambos bebiam juntos, mas que enquanto ele dava “umas bicadas”, a vítima “tomava de golão”.

Para o promotor Bolivar Luiz da Costa Vieira, o crime foi premeditado. Segundo a versão sustentada por ele, o autor “fez isso porque queria ficar com a casa”. Elizandro era inquilino de Edson, há pelo menos seis meses, mas ambos se conheciam há cerca de oito anos.

De acordo com as investigações, a vítima costumava a ficar aqui na Capital e em um assentamento no distrito de Cipolândia – a cerca de 111 quilômetros de Campo Grande. De acordo com a acusação, em um episódio anterior, em que a vítima chegou a passar um tempo sem vir à cidade, o morador tentou passar contas de água e luz para seu nome, o que já seria motivo para uma qualificadora.

Mais cedo, em depoimento, o réu chegou a afirmar mais um vez estar arrependido. “Se eu pudesse voltar atrás, não tinha feito isso. Sou trabalhador e não queria que isso tivesse acontecido”, disse.

O crime – Edson foi morto em agosto de 2016, mas o corpo só foi encontrado seis meses depois, em fevereiro de 2017. Na ocasião, a vítima foi convidada pelo autor para tomar bebida alcoólica em companhia dele e de sua esposa e, segundo o suspeito, começou a ser ameaçado por Edson com uma faca. “Por medo”, relata, Elizandro teria dado uma paulada na testa da vítima.

Morto, o mecânico ainda foi arrastado, amarrado em um cobertor e jogado em uma fossa nos fundos da casa. “Fiz isso porque estava com medo de alguém descobrir. Eu nunca tinha feito isso”, argumentou. Após o crime, o casal ainda continuou morando no local por aproximadamente três meses, tendo se mudado para outra casa do bairro.

O corpo da vítima só foi localizado após um homem, ainda não identificado, encontrar sua filha em um terminal de ônibus e dizer para que ela “procura-se por seu pai nos fundos de sua casa”. A polícia então foi acionada e uma escavação no local teve início.

Elizandro chegou a ser indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas a defesa, Rodrigo Antônio Stothieiro, conseguiu tirar as qualificações e ele agora responde por homicídio simples e ocultação.

Nos siga no Google Notícias