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Capital

Réu por atear fogo à mulher pega 10 anos de cadeia e pagará indenização

A mulher atingida pelas chamas perdeu os movimentos do braço direito após o crime

Geisy Garnes | 08/10/2018 15:49
Gilson Ferreira da Silva foi condenado a 10 anos e oito meses de prisão (Foto: Henrique Kawaminami)
Gilson Ferreira da Silva foi condenado a 10 anos e oito meses de prisão (Foto: Henrique Kawaminami)

O conselho de sentença condenou na tarde desta segunda-feira (8) Gilson Ferreira da Silva, de 39 anos, a 10 anos e oito meses de prisão por atear fogo em Adriele de Fatima Soares Silvaz, de 28 anos. O réu ainda foi condenado a pagar uma indenização de R$ 10 mil a mulher, que ficou com sequelas graves após o crime.

Ele foi julgado nesta manhã pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, em sessão extraordinária e condenado por homicídio qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio na forma tentada. A pena pelos crimes somariam 16 anos de prisão, levando em consideração os antecedentes de Gilson e o confissão - que reduz um ano da pena.

Como o crime foi julgado na forma tentada, seis anos foram reduzidos e a pena final foi fixada em 10 anos e oito meses de prisão no regime fechado. Diante da gravidade do estado de saúde da vítima, que perdeu os movimentos do braço direito, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, decretou o pagamento de indenização por danos morais a ela em R$ 10 mil.

Julgamento - Por videoconferência, Adriele de Fátima contou detalhes da relação com o suspeito e detalhes daquele 10 de dezembro de 2017.

“Eu já estava cochilando quando senti um liquido escorrendo pelo meu corpo. Acordei. Era gasolina. Ele riscou o fósforo. Levantei e fui pra cima dele. Ele tentou apagar o fogo para não se queimar. Ai, eu tentei correr para pedir ajuda. Ele me segurou. Falei: olha meu braço. Está derretendo! Se você me ama deixa eu correr. Ele não queria deixar com medo da polícia. Jurei que não ia denunciá-lo. Ele só falava: olha o que você me fez fazer”. Adriele foi socorrida pelos vizinhos que ouviram os gritos. Gilson fugiu e se apresentou à Polícia Civil dois dias depois.

Adriele afirmou que a briga começou porque ela não quis manter relação sexual com ele. Os dois estavam em casa consumindo bebida alcoólica e usando droga. Ela queria sair. Ele não. Os dois estavam há dois dias sem dormir. Ele, então, a esperou cochilar para jogar gasolina e atear fogo no corpo dela.

Foram 57 dias internada na Santa Casa, três cirurgias e muitas outras previstas em uma tratamento mínimo de 3 anos. Adriele ainda perdeu o movimento do braço direito e não pode se expor ao sol. Na época, os dois viviam há cerca de dois anos juntos. “Ele sempre me agrediu. Já tinha tentado quebrar meu pescoço e jogar uma geladeira em cima de mim. Não me deixava trabalhar nem usar minhas roupas porque eram justas”.

Apó ouvir a ex-mulher, Gilson contou que cometeu o crime em meio a um “surto”, pois estava “bêbado e drogado”. "Só lembro que peguei a gasolina e joguei. Assustei quando vi o fogo e apaguei as chamas. Ela saiu correndo e pediu socorro. Eu fugi. Me escondi assustado. Me arrependo muito. Era feliz com ela. A culpa foi minha. Não foi dela. Mas estávamos discutindo e eu surtei", relatou.

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