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Capital

Risco de dengue coloca em alerta oito bairros de Campo Grande

Nícholas Vasconcelos e Helton Verão | 26/12/2012 19:32
Os bairros mais afetados são o São Conrado, Tijuca e Itamaracá (Foto: Elverson Cardozo)
Os bairros mais afetados são o São Conrado, Tijuca e Itamaracá (Foto: Elverson Cardozo)

O risco da dengue coloca em alerta oito bairros de Campo Grande, que apresentaram infestação acima 4,3 no Lira (Levantamento Rápido de Infestação). De acordo como índice divulgado hoje pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), os bairros Itamaracá, São Conrado e Tijuca onde o levantamento apontou índice de infestação de 4,8.

Nos locais onde a infestação é alta, a realidade é de terrenos mal cuidados e com criadouro para o Aedes aegypti. Exemplo é a rua Nhambiquar, no Tijuca, onde é possível contar 40 terrenos, a maioria deles baldio e com livre acesso para servir de depósito.

Quem é vizinho e diz cuidar do próprio imóvel reclama da falta de atenção com os pontos que concentram focos do mosquito da dengue. O aposentado Alceu Meireles Souza, 72 anos, vive há 13 anos no bairro e diz que sofre com a dengue. “A gente acaba sendo isca de mosquito da por culpa da irresponsabilidade dos donos dos terrenos”, desabafou. Ela reclama que parte dos proprietários dos imóveis não mora no bairro, deixando quem vive exposto ao risco da doença.

No posto de saúde do bairro Guanandi, pacientes esperavam pelo atendimento deitados nos bancos da unidade de saúde sofrendo com os sintomas da dengue. “Comecei a sentir os sintomas hoje de manhã, veio muito forte”, conta o pedreiro Ricardo Cunha, 37 anos.

Ao lado, dele esperava pela consulta a auxiliar de limpeza Vera Lúcia Pereira, 51 anos, que começou a sentir os sintomas como dor no corpo, cansaço, dor atrás dos olhos, articulações e manchas vermelhas. “Eu já tive dengue no ano passado e sei como são os sintomas”, comentou.

Ricardo e Vera Lúcia dizem cuidar dos terrenos e dos imóveis de casa, o que não impediu o aparecimento da dengue.

A infestação do transmissor da dengue também é alta nos bairros Jardim Noroeste, Veraneio, Universitário, Tiradentes, São Lourenço e Santo Amaro, bairro onde o pedreiro Ricardo mora. Nesses bairros o levantamento apontou situação de risco, variando de 4,3 a 4,8. O ideal é que o Lira fique em no máximo 1, enquanto de 1 a 3,9 é considerada situação de alerta.

“Não tem que se encontrar culpado, estamos fazendo a nossa parte. A população também tem de fazer a dela”, diagnosticou a diretora-geral de vigilância em Saúde do Estado, Bernadete Lewandowski.

Só este ano, a Capital já registrou 6.793 casos de dengue até dezembro, com 668 confirmados e três mortes. Na comparação com o ano passado, foram 936 casos a mais, quando foram diagnosticados 5.857 notificações.

O crescimento se tornou maior nos últimos meses, coincidindo com o fim da Primavera e começo do Verão. Em entrevista ao Campo Grande News, o secretário-adjunto de Saúde de Mato Grosso do Sul, Eugênio de Barros, lembrou que o ciclo do mosquito da dengue é muito mais rápido quando há calor e chuva, características das estações.
Enquanto em condições normais, o ciclo do Aedes leva 14 dias, com chuva e altas temperaturas ele fica adulto em apenas sete.

O infectologista também lembra que é preciso atenção aos sintomas. “Depois de três ou quatro dias as pessoas podem achar que o pior já passou, mas é preciso ficar atento porque a doença pode ficar mais forte”, lembrou.

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