Salvos da covid-19, Santa e Márcio comemoram alta sem complicações e sem UTI
Casal chegou junto e foi internado na Santa Casa em 10 de agosto e saíram ontem; mesmo com comorbidades, a doença não se agravou

Márcio Antônio Rodrigues Quintanilha, 67 anos, tem diabetes, hipertensão, doença cardíaca e é obeso. Sua esposa, Santa Mendes Quintanilha, 65 anos, também diabetes, além de stents no coração, como o marido. Os dois passaram pela covid-19 e têm uma história bonita pra contar, de vitória sobre a doença após internação que durou 11 dias.
Apesar das comorbidades, nenhum deles precisou ficar em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e nem respirar por ventilação mecânica. “Foi Deus!”, comemora Santa, que é só alegria após receber alta junto com o marido ontem, 21 de agosto. Eles ficaram internados na ala privada da Santa Casa de Campo Grande.
Ela conta que no trabalho, Márcio teve contato com uma colega que testou positivo para o novo coronavírus. “Ele já chegou em casa desanimadinho por causa disso”, relembra. No dia seguinte ele apresentou tosse e então decidiram entrar em contato com o cardiologista de ambos, que em seguida, receitou os medicamentos protocolares para covid-19.
“Eu comecei com uma tosse um dia depois do meu marido e não achava que podia ser covid porque ele ficou isolado, eu usava máscara até em casa e me cuidei muito, álcool em gel o tempo todo, detergente depois que ele disse que teve o contato com essa colega”, conta, lembrando que teve dores musculares também.
Mesmo sem a confirmação se estavam ou não com a doença, começaram a tomar azitromicina e hidroxicloroquina e fizeram o exame. O resultado veio três dias depois, confirmando o diagnóstico. Nesse tempo, realizaram também, a pedido médico, tomografia nos pulmões, que já estavam comprometidos.
Santa lembra que ela estava com comprometimento pulmonar de cerca de 25%, mas o marido estava mais “e o médico falou pra irmos logo pro hospital. Lembro que achamos que não precisaria, mas o doutor Elzio foi nosso anjo da guarda e pediu pra irmos”.
Chegando na Santa Casa, em 10 de agosto, eles apresentaram os exames, as medicações que estavam tomando e já ficaram internados. Santa se recuperou mais rápido e sem precisar de intubação. Já Márcio, correu o risco de ir para a UTI, mas também conseguiu se recuperar sem isso.
“Os primeiros dias no hospital foram muito doloridos, o emocional fica muito bagunçado e meu marido correu risco de ser intubado e isso foi muito triste pra mim. Mas em todo tempo valeu estar um do lado do outro, internados. Isso nos ajudou muito porque eu dava força pra ele e ele dava força pra mim”.
Quem os atendeu também disse que esse apoio foi fundamental. “Mais do que nunca, encarar a internação juntos, de mãos dadas, foi excelente”, disse em vídeo institucional da Santa Casa, o fisioterapeuta Maxwillian da Silva.
O enfermeiro Ildo Flávio da Silva comentou também que Santa se recuperou mais rápido, mas não quis receber alta sem o marido. “Os dois entraram juntos e a Santa melhorou antes, mas se recusou a sair sem o marido”, afirmou.
Ela lembra que recebeu alta três dias antes de Márcio, mas os médicos permitiram que ela continuasse internada para ficar próxima do marido.
Agradecimentos – Tanto Santa quanto o marido agradecem à equipe do hospital o atendimento e o carinho. “Eles têm amor no coração, cuidam de você com todo amor e carinho, desde o pessoal da faxina até o alto escalão”, declara, enfatizando que outro internado por covid, que ficou em UTI, “era tratado como filho de tanto carinho e atenção”.
Márcio, por sua vez, dá seu testemunho de cura dizendo que foi cuidado por pessoas “de uma humanidade sem igual” e que viu de perto que lá, é real o mandamento de “amar ao próximo como a si mesmo, algo tão difícil de se ver hoje em dia”. “Eles se colocam em risco e às suas famílias para cuidarem de nós e terei agradecimento eterno a eles por estarmos vivos!”.