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Capital

Santa Casa completa 4 meses sem cardiologista na emergência

Paula Vitorino e Viviane Oliveira | 22/02/2013 18:25
Desde outubro do ano passado a Santa Casa está sem médico cardiologista no setor de emergência.  (Foto: João Garrigó)
Desde outubro do ano passado a Santa Casa está sem médico cardiologista no setor de emergência. (Foto: João Garrigó)

Há 4 meses a Santa Casa de Campo Grande está sem médico cardiologista no setor de emergência e urgência. O diretor clínico da Santa Casa, Heitor Soares de Souza, disse que os médicos cardiologistas pararam de atender desde outubro do ano passado.

Segundo o diretor, o salário oferecido para os médicos é desinteressante e eles acabam desistindo de fazer plantão no hospital. “Já comuniquei a administração da Santa Casa, mas a resposta é sempre a mesma de que não tem dinheiro para pagar um salário adequado aos plantonistas”, disse.

O problema, afirma, é mais complexo do que a falta de cardiologista. A dívida do hospital aumenta cada vez mais e o déficit chega por mês a R$ 1,2 milhões.

Ainda segundo o médico, a Santa Casa atende 2 mil cirurgias por mês. "Se continuar assim não sei o que vai acontecer como o hospital. A administração junto com o secretário de saúde tem que resolver a situação da unidade. Até quando vamos ficar nesta situação?", questiona.

O Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) foi orientado a levar os pacientes de emergência para o Hospital Regional.

Drama - Desde quarta-feira (20), Rejane Iara Bringhenti, de 34 anos, está à espera de diagnóstico e atendimento de um cardiologista para o pai Norberto, de 68 anos, na Santa Casa de Campo Grande, segundo denunciou hoje.

Ela afirma que chegou a ouvir de um médico, na quinta-feira à noite, que seu pai precisava ser operado, mas que ele iria morrer na sala de cirurgia ou no pós porque não tinha cardiologista para acompanhar o procedimento e nem vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Nesta manhã, depois de ameaçar denunciar o fato, ela diz que finalmente conseguiu que o pai fosse transferido para o setor cardiológico do hospital, mas ainda não tem informações sobre o real estado de saúde dele. “Disseram que vão subir ele pro hospital e depois analisar o que vão fazer”, conta.

Rejane diz que chegou com o pai no hospital na quarta-feira à tarde. Ele deu entrada no pronto-socorro com fortes dores no abdômen e pressão alta. Rejane diz que o pai tem problemas cardíacos, já com quatro safenas no coração.

“Falaram que não tinha cardiologista no pronto-socorro porque estão em greve e não tinha vaga para subir para o hospital”, diz.

O paciente foi atendido por clínicos gerais, que disseram sobre a necessidade de cirurgia urgente. Segundo Rejane, o pai foi diagnosticado com infecção na vesícula e está com líquido na barriga, que não sabem o que teria provocado e se teria ligação com o problema no coração.

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