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Capital

Sem médicos à tarde, posto do Coophavila vira local de espera e indignação

Nadyenka Castro e Paula Maciulevicius | 05/04/2011 18:01

Alternativa é o Aero Rancho

Unidade de saúde não tem médicos à tarde. (Foto: João Garrigó)
Unidade de saúde não tem médicos à tarde. (Foto: João Garrigó)

Quem precisa ser assistido por um médico à tarde no Centro de Saúde Waldeck de Castro Maia consegue, no máximo, entrar na fila dos atendimentos que só começam no início da noite e a primeira informação que recebe está em uma folha de sulfite, escrita à mão, colada no vidro do balcão de atendimento: Clínico a partir das 19 horas.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde não há médicos no período vespertino no local. A alternativa é a unidade de saúde do bairro Aero Rancho.

Como não há médicos à tarde, entre às 13 e às 19 horas a unidade de saúde vira local de espera e indignação. Quem não tem como ir para outro posto ou retornar mais tarde, fica no aguardo dos quatro clínicos gerais e quatro pediatras que chegam às 19 horas.

Enquanto esperam, indignam-se. Quem pode ir para outro posto de saúde ou então retornar para casa, também critica o estado em que se encontra a saúde pública.

Com uma das orelhas feridas por causa de um brinco e muita dor no local, a cozinheira Marilei de Miranda, 53 anos, optou por esperar. Ela mora em uma chácara na saída para Sidrolândia e disse que iria aguardar porque não compensa voltar para casa.

Um enfermeiro tentou resolver a situação dela, mas não conseguiu e disse que seria necessária uma consulta. A acompanhante dela, Olinda Fernandes Nascimento, 71 anos, questiona. “Onde já se viu não ter médico?! Não pode ficar sem”.

O mestre-de-obras Luiz Carlos de Oliveira, 57 anos, também procurou atendimento médico mas voltou para casa só com a revolta. “Se tivesse uma situação de urgência não sei o que aconteceria”. Ele trabalha com produtos químicos e acha que isto causou alergia na barriga dele.

A empregada doméstica Anita Mamente, 56 anos, tenta atendimento para o neto desde o fim de semana e nesta terça-feira mais uma vez não conseguiu. “Vou largar mão daqui, Discutir, brigar, não adianta”.

Pedreiro mostra ferimento que precisa de curativo. (Foto: João Garrigó)
Pedreiro mostra ferimento que precisa de curativo. (Foto: João Garrigó)

Ferido por um tiro ao reagir a um assalto na última sexta-feira, o pedreiro Diego Nunes da Mata, 27 anos, queria apenas um curativo no ferimento causado pelo projétil. Ele voltou sem. “Não adianta ir em outro posto. Vai ter muita gente”. O pedreiro está com a bala alojada nas costas.

Sesau- De acordo com a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), não há médicos nenhum dia no período vespertino na unidade de saúde do bairro Coophavila. A orientação é que a população busque atendimento na unidade do Aero Rancho, onde há três clínicos gerais à tarde.

No Coophavila, a partir das 19 horas atendem quatro pediatras e a mesma quantidade de clínicos gerais.

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