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Capital

Sem ônibus e com corridas nas alturas, paralisação afeta 160 mil passageiros

Pessoas se socorreram com parentes e patrões para chegarem ao trabalho nesta 3ª feira

Aline dos Santos e Cleber Gellio | 21/06/2022 08:16
Em ponto de ônibus no Residencial Oiti, Ronald esperava por carona da patroa. (Foto: Marcos Maluf)
Em ponto de ônibus no Residencial Oiti, Ronald esperava por carona da patroa. (Foto: Marcos Maluf)

A greve do transporte coletivo nesta terça-feira (dia 21), que afeta 160 mil pessoas, obrigou os passageiros a buscarem carona com parente e empregadores. Com o dinheiro curto, os trabalhadores não conseguem encarar os preços altos cobrados pelos aplicativos de corrida.

A última greve dos ônibus em Campo Grande foi no ano de 1994. Desde então, as paralisações foram resolvidas em questão de horas. Hoje, o movimento grevista cobra o pagamento de salários dos funcionários do Consórcio Guaicurus.

Parada no ponto de ônibus do Bairro Maria Aparecida Pedrossian, a contadora Graciele Aparecida de Lima, 38 anos, esperava pelo irmão. A carona será até o Centro, onde ela trabalha. Mas a passageira já se preocupa com a volta para a casa. “Fico pensando como vai ser se o serviço não voltar até o fim do dia. Mas se for por falta de pagamento, a causa é justa”.

Graciele foi surpreendida pela greve e conseguiu carona com o irmão. (Foto: Marcos Maluf)
Graciele foi surpreendida pela greve e conseguiu carona com o irmão. (Foto: Marcos Maluf)

No Residencial Oiti, o pedreiro Ronald Alves de Melo, 44 anos, aguardava pela patroa, que hoje ficou responsável por levar os funcionários para obra na Rua Joaquim Murtinho. Ele critica a qualidade do transporte coletivo.

“É uma vergonha. A gente passa mais de uma hora em pé esperando o ônibus. Esse ponto está torto, tombado para trás, mas até que é confortável”, diz. Para o pedreiro, a mobilização dos trabalhadores do transporte coletivo é correta. “Estão certo, ninguém trabalha de graça, nem relógio”.

No Jardim Noroeste, a auxiliar de limpeza Julienne Luc, 31 anos, utiliza o ônibus para chegar ao trabalho no Itamaracá e também ao curso de qualificação em hotelaria e turismo. Com dois aplicativos instalados no celular, ela não conseguia chamar um veículo por conta do preço alto.

Julienne começou o dia com andanças pelo Jardim Noroeste em busca de ônibus. (Foto: Marcos Maluf)
Julienne começou o dia com andanças pelo Jardim Noroeste em busca de ônibus. (Foto: Marcos Maluf)

“Primeiro, achei que era problema na linha. Mas andei um bom pedaço para tentar pegar outra linha”, diz, sobre as andanças frustradas nas primeiras horas da manhã. O preço do aplicativo Uber estava de R$ 39, depois caiu para R$ 30. Os bairros citados ficam na saída para Três Lagoas, região Leste de Campo Grande.

A categoria, entre motoristas e administrativos, reúne um contingente de mil trabalhadores na Capital.

Preços altos se tornaram impeditivos para trabalhador chamar carro de aplicativo. (Foto: Marcos Maluf)
Preços altos se tornaram impeditivos para trabalhador chamar carro de aplicativo. (Foto: Marcos Maluf)


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