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Capital

Sem respostas e testemunhas, investigação sobre execução de jovem é encerrada

Na prática, significa que procedimento foi fechado por falta de pistas concretas

Por Dayene Paz e Maristela Brunetto | 01/12/2025 10:09


RESUMO

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A investigação sobre a execução de Michael Vítor da Silva, de 21 anos, foi encerrada pela promotoria devido à falta de pistas e testemunhas. O jovem foi morto dentro de uma mercearia em Campo Grande, em agosto de 2024, após ser perseguido por um homem armado. As câmeras de segurança registraram o crime, mas não houve avanços nas buscas pelo suspeito. A família pode pedir uma nova análise do caso em até 30 dias, mas, até o momento, o inquérito foi arquivado sem respostas sobre a autoria ou motivação do crime.

A morte de Michael Vítor da Silva, de 21 anos, executado dentro do banheiro de uma mercearia no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande, não terá continuidade nas investigações. A promotoria responsável comunicou à família o encerramento do caso, após concluir que não havia elementos suficientes para prosseguir com o processo. Na prática, significa que o procedimento foi fechado por falta de pistas concretas sobre quem matou o rapaz e por qual motivo.

No comunicado enviado ao familiar de Michael, publicado no Diário da Justiça desta segunda-feira (1º), o órgão explica que não encontrou base para seguir adiante. A legislação prevê que, se a família discordar da decisão, pode pedir uma nova análise diretamente ao Ministério Público em até 30 dias. Esse pedido pode ser simples, sem a necessidade de advogado, e permite incluir fatos novos, indicar pessoas que possam colaborar ou sugerir novas buscas.

Sem avanço - O próprio histórico do processo mostra a dificuldade em encontrar informações. Em 25 de fevereiro deste ano, o Ministério Público cobrou, com urgência, que a polícia informasse quais buscas estavam em andamento e quais pistas havia sobre quem poderia ter atirado, por qual razão e como o crime aconteceu.

A resposta só veio em 11 de junho. Na ocasião, o delegado responsável, Caio Henrique Macedo, informou que aguardava andamento burocrático e pediu mais prazo para concluir a investigação. A Justiça concedeu 60 dias adicionais naquele mês.

Mesmo com a prorrogação, nada mudou. Segundo o que consta, não foram localizadas testemunhas-chave nem elementos capazes de apontar autoria. O procedimento acabou encerrado sem que uma justificativa detalhada fosse anexada ao inquérito, além da constatação de que não houve avanço real.

A reportagem procurou o delegado Caio, que conduziu a investigação. Em resposta, reafirmou que a última movimentação deste inquérito foi o pedido de concessão adicional de prazo para continuidade da investigação. "Eventual decisão pelo arquivamento compete ao (a) Promotor(a) de Justiça que fiscaliza o inquérito", disse o policial.

O crime - Câmeras de segurança registraram toda a sequência que terminou com a morte de Michael, no início da noite de 5 de agosto de 2024. As imagens mostram o jovem entrando cambaleando na mercearia da Rua Bueno, descalço e derrubando produtos das prateleiras. Logo atrás, surge o atirador, segurando duas armas.

Em outro vídeo, o comerciante aparece sendo rendido pelo homem armado, que é direcionado até o banheiro dos funcionários, onde Michael buscou abrigo. Trinta segundos depois, já após os tiros, o suspeito sai correndo, usando boné vermelho e colete camuflado. Em seguida, entra em um Volkswagen Gol branco que estava parado em frente ao comércio.

Michael foi atingido por ao menos sete disparos. O Corpo de Bombeiros chegou a ser chamado, mas o rapaz já não apresentava sinais de vida quando a equipe chegou. A Polícia Militar e a Polícia Civil estiveram no local e recolheram cápsulas de munição 9 milímetros.

Segundo registros públicos do Tribunal de Justiça, Michael tinha passagens por tráfico de drogas, ameaça, furto e injúria. Nenhuma dessas informações, porém, ajudou a esclarecer quem o matou ou quais foram os motivos.

Agora, com a investigação encerrada e sem novas linhas de apuração, o caso permanece sem respostas.

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