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Capital

Servidores reclamam de aumento no valor da consulta da Cassems

Vanda Escalante | 04/07/2011 10:57

Fetems propõe reforma administrativa para cobrir déficit no orçamento da empresa

Cassems tem mais de 160 mil usuários, entre servidores da ativa, aposentados, pensionistas e agregados. (Foto: Adriano Hany)
Cassems tem mais de 160 mil usuários, entre servidores da ativa, aposentados, pensionistas e agregados. (Foto: Adriano Hany)

O aumento de 114% no fator participativo pago pelos beneficiários da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul) a cada consulta médica não agradou aos servidores. Pela proposta já anunciada, a partir de agosto, esse valor passará de R$ 7n para R$ 15.

Em reunião marcada para quarta-feira (06), o conselho gestor da Cassems deve votar esse aumento e também definir os procedimentos para implementação da cobrança do novo valor. “O que o servidor não quer é perder a excelência no atendimento”, afirma o conselheiro Félix Portela, representante da Assembleia Legislativa junto à Cassems.

Mas não é simples assim. Para os beneficiários do plano de assistência, o aumento do fator participativo deveria ser mais debatido com os servidores. “Tem que haver ao menos uma assembleia, uma consulta aos usuários”, comenta o policial militar aposentado Volney Oliveira.

Ele avalia como excelente o atendimento prestado pela Cassems, mas classifica como absurdo o aumento no fator participativo. O servidor aposentado criticou também a forma de contribuição: “O plano de saúde é um plano único, com desconto de um percentual fixo em cima do vencimento bruto, o que acaba se tornando injusto, porque quem ganha mais paga mais, mas tem o mesmo atendimento do que aquele que paga menos”.

O valor nominal descontado dos servidores em folha também preocupa os representantes de dos trabalhadores da Educação, uma das maiores categorias entre os servidores públicos do Estado. São ao todo 24 mil profissionais, sendo 17 mil professores e 7 mil administrativos.

Para o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, o mecanismo da contribuição mensal precisaria ser reformulado. “Nós somos radicalmente contra o aumento da mensalidade. O que acontece é que, cada vez que o servidor tem um aumento no salarial, aumenta automaticamente o valor nominal da mensalidade paga à Cassems”, explica.

O beneficiário Amauri Caetano da Rocha também avalia que o valor da contribuição descontado em folha é “muito alto” e, portanto, não deveria haver reajuste na taxa de consulta. “Se o valor pago aos médicos está muito baixo, essa é uma questão contratual da Cassems. Eles deveriam reformular o repasse a partir do que é descontado do servidor”, considera.

“Já é caro o que a gente paga por mês; sou contra o aumento”, diz o policial civil aposentado Pedro Paulo Vilar Barbosa, acrescentando ainda outra reclamação: “Agora, por exemplo, minha esposa tem que fazer um exame de sangue e o laboratório diz que a Cassems não cobre”.

Reforma administrativa - Para o presidente da Fetems, Jaime Teixeira, uma alternativa seria promover uma reforma administrativa na Cassems.

Jaime afirma que, em discussões internas, a categoria não se mostrou contrária ao reajuste do fator participativo, mas o temor é quanto a um possível aumento no percentual de contribuição mensal, que atualmente é de 5,25% sobre o salário do servidor.

A receita da Cassems é composta ainda pelo repasse do governo, que vai subir de 3% para 3,5% sobre a folha de pagamento. De acordo com o conselheiro Portela, esse índice de 8,75% ainda fica abaixo dos 11% que, segundo estudo recente, seriam o mínimo necessário para cobrir o custo operacional da Casssems. “Existe a possibilidade de eliminar algum serviço ou cobertura, mas isso não seria bom para os segurados”, avalia.

A expectativa é contabilizar um aumento de R$ 800 mil na arrecadação mensal com o aumento de 3% para 3,5% do repasse destinado ao plano pelo governo do Estado. A lei prevendo a mudança no percentual foi sancionada na semana passada e estipula ainda o aumento gradual da contribuição até chegar a 4,5%.

“A Cassems está alegando que, mesmo com um repasse maior do governo, vai continuar deficitária. Isso poderia ser coberto com uma reforma administrativa. O que não queremos é aumento da contribuição e também somos contra redução no atendimento”, reforça Jaime, sugerindo, por exemplo, medidas como a suspensão da compra de novos hospitais pela Cassems até que esteja equacionada a questão da remuneração aos médicos.

Médicos - O fator participativo é a parte paga pelo segurado que vai direto para os médicos, dentistas e outros profissionais. Além desse montante, a Cassems paga hoje, aos médicos, outros R$ 33, totalizando R$ 40 hoje por consulta.

Com o aumento, o profissional médico credenciado passará a receber R$ 48 por consulta, ainda abaixo do valore entre R$ 60 e R$ 70 reivindicado à Cassems nas últimas negociações, segundo informou Portela.

A Cassems atende a mais de 160 mil pessoas, entre servidores públicos estaduais da ativa, aposentados, pensionistas e agregados.

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