Síndico da Antiga Rodoviária vai à Câmara cobrar entrega de obra
Após sucessivos adiamentos, Paulo Pereira pede também isenção de IPTU e aponta erros na construção

Na manhã desta terça-feira (2), as obras na Antiga Rodoviária da Capital voltaram a ser pautadas na Câmara Municipal de Campo Grande, durante a sessão ordinária. O síndico do Centro Comercial da Antiga Rodoviária, Paulo Pereira, 70 anos, cobrou uma data definitiva para a conclusão das obras e a isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para os proprietários prejudicados pelos atrasos.
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As obras na Antiga Rodoviária de Campo Grande continuam atrasadas, gerando insatisfação entre proprietários e comerciantes. O síndico Paulo Pereira cobrou na Câmara Municipal uma data definitiva para a conclusão e isenção do IPTU, citando erros no projeto que causaram aditivos e prolongaram o prazo, inicialmente previsto para 2023, agora estendido até 2025. O Ministério Público investiga possíveis irregularidades, enquanto proprietários, prejudicados há quatro anos, planejam uma manifestação para pressionar por soluções. A prefeitura não se pronunciou sobre o caso. A obra, com apenas 44% concluída, enfrenta críticas por falta de transparência e baixa produtividade no canteiro.
“Começou em 2022, era para terminar em 2023 e até agora não acabou”, afirmou o síndico, que enumerou quatro erros de projeto apontados como causa dos atrasos, sendo eles a retirada de telhas da parte privada, falhas na fundação e sondagem do antigo estacionamento de ônibus, dimensionamento equivocado do ar-condicionado (que demandaria R$ 3,5 milhões a mais) e uma rampa construída de forma incorreta, hoje escorada por andaimes mesmo após a aplicação de concreto.
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Proprietários e moradores organizam para esta quinta-feira (4), às 19h, o “Grito da Rodoviária”, uma manifestação pública para pressionar por respostas e pela conclusão da obra. Ainda durante a sua fala na Câmara Municipal de Campo Grande, o síndico afirmou que os comerciantes do local e proprietários de lojas precisam de uma data fixa para o término da obra.
Os problemas persistem mesmo após sucessivos prazos perdidos e aditivos. A reforma da antiga rodoviária, oficialmente o Terminal Rodoviário Heitor Eduardo Laburu, teve início em julho de 2022, com prazo original de entrega fixado para junho de 2023. Desde então, o cronograma já foi postergado diversas vezes, primeiro para o fim de 2024, depois para junho de 2025 e agora com previsão provisória de conclusão até o fim de 2025. Até o momento, segundo dados da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), cerca de 44% da obra estaria concluída.

O atraso prolongado e a paralisação frequente dos trabalhos têm afetado drasticamente os proprietários: há quatro anos, boxes e salas comerciais permanecem fechados, sem possibilidade de uso, venda ou aluguel. O grupo de proprietários já protocolou ofício pedindo isenção do IPTU, mas o pedido não avançou.
As reclamações também chegaram aos órgãos de controle. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por meio da 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de Campo Grande, instaurou inquérito civil para investigar possíveis irregularidades na execução do contrato, sobretudo os sucessivos aditivos, atrasos e baixa transparência da obra. Entre os questionamentos, está a pouca presença de operários no canteiro, mesmo após a abertura de prazo suplementar.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura, mas até a publicação da matéria não obteve resposta. O espaço segue aberto para pronunciamento.
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