Câmara convoca secretário e MP investiga confronto entre guardas e manifestantes
Decisões foram tomadas após a conduta da GCM em incidente ocorrido no sábado, durante programação natalina
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A Câmara Municipal de Campo Grande convocou o secretário Anderson Gonzaga para esclarecer o confronto entre a Guarda Civil Municipal e manifestantes, ocorrido no último sábado na Rua 14 de Julho. O incidente, que também está sendo investigado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, aconteceu durante um evento natalino. O conflito iniciou quando um grupo de manifestantes, incluindo mães de crianças com deficiência, tentou acessar o local com bandeiras e buzinas. A situação escalou após tentativa de prisão, resultando em confronto físico. Duas pessoas foram encaminhadas à delegacia por desacato, sendo que uma portava um canivete, segundo a GCM.
O incidente ocorrido no último sábado (29), na Rua 14 de Julho, em Campo Grande, onde a GCM (Guarda Civil Municipal) entrou em confronto com manifestantes, gerou desdobramentos importantes na esfera pública. A Câmara Municipal convocou, de maneira oficial, o secretário, Anderson Gonzaga da Silva Assis, para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido, e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) determinou a abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias do fato.
O presidente da Câmara Municipal, Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy (PSDB), explicou que a convocação do secretário é uma medida padrão, mas reconheceu a gravidade do incidente. "Este é um caso grave e atípico para nossa cidade. Não é normal termos situações como essa. A Câmara precisa verificar o que aconteceu e, se necessário, tomar as providências adequadas", afirmou o vereador, destacando que a situação gerou versões conflitantes sobre os eventos.
A confusão teve início durante uma manifestação na região central de Campo Grande, que inicialmente reunia um pequeno grupo de pessoas. Segundo o relato do vereador, a manifestação foi interrompida pela GCM após alguns manifestantes tentarem invadir o evento natalino e serem barrados ao tentar entrar com bandeiras e buzinas. A situação se agravou com a tentativa de prisão de uma das pessoas presentes, resultando em confronto entre manifestantes e guardas. Vídeos mostram o momento em que a GCM conteve o grupo, com uma das manifestantes sendo derrubada.
O secretário Anderson Gonzaga será ouvido pela Câmara Municipal na próxima quinta-feira (4), às 8h, em uma sessão convocada para esclarecer os motivos e as ações da GCM durante a operação. A Câmara, Casa de Leis, que já convocou outros secretários para discutir assuntos de interesse da população, está focada em esclarecer as versões conflitantes e as responsabilidades sobre o ocorrido.
Paralelamente, o coordenador do Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), Promotor de Justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, determinou a instauração de um procedimento para apurar os fatos relacionados à atuação da GCM no incidente. O MP está acompanhando de perto o caso e, conforme as investigações avancem, novos detalhes poderão ser divulgados.
A Câmara Municipal aguarda o depoimento do secretário para tomar as medidas necessárias, enquanto o MP mantém o monitoramento da situação.
O Campo Grande News tentou contato com o secretário, mas, até a publicação da matéria, a mensagem não foi respondida e as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
Confusão - Segundo a Guarda Civil, as equipes estavam no local reforçando a segurança de uma programação natalina que reuniu grande número de famílias e crianças. Durante a atividade, um grupo de manifestantes teria tentado interromper a programação.
A corporação afirma que os guardas orientaram o grupo a se afastar, mas, diante da recusa e da elevação dos ânimos, duas pessoas foram encaminhadas à delegacia por desacato. Com uma delas, segundo a GCM, foi encontrado um canivete. Em um dos trechos do vídeo, um dos guardas aparece empurrando uma manifestante do grupo de "mães atípicas".
As participantes do ato se apresentam como mães de crianças com deficiência ou transtornos do neurodesenvolvimento, como TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e síndrome de Down, e frequentemente fazem manifestações cobrando atendimento especializado e insumos para as crianças com deficiência.
Nas redes sociais, a vereadora Luíza Ribeiro (PT) descreveu o ocorrido. Segundo ela, na manifestação havia mães atípicas, servidores públicos municipais e idosos. "Até uma das integrantes da Comissão das Mães Atípicas foi brutalmente agredida porque gravava em seu celular toda cena de violência contra os demais manifestantes", diz a vereadora na postagem.
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