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Capital

Sócia de tráfico com meta de produtividade é libertada pela Justiça

O presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decidiu pela prisão domiciliar para que a mulher fique com os filhos menores de 12 anos

Geisy Garnes | 03/01/2019 10:33
Drogas e arma apreendidas durante operação no dia 19 de dezembro (Foto: Kisie Ainoã )
Drogas e arma apreendidas durante operação no dia 19 de dezembro (Foto: Kisie Ainoã )

Apontada como sócia de um esquema de produção e venda de cocaína na região do Jardim Tijuca, Marília Freitas Teixeira – uma das presas durante a Operação Progresso, realizada pela Polícia Civil no mês passado – já está de volta ás ruas. A mulher agora cumpre prisão domiciliar e foi liberada pela justiça para cuidar dos dois filhos, menores de 12 anos.

A decisão é o presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o desembargador Divoncir Schreiner Maran, em resposta a um habeas corpus enviado a justiça pelos advogados de Marília.

Defendendo a garantia do “principio da proteção á maternidade, á infância e do melhor interesse do menor”, Maran decretou a prisão domiciliar da mulher no dia 25 de dezembro. Marília estava com a prisão preventiva decretada por conta das investigações que resultaram na operação e também foi presa em flagrante durante as ações realizadas no dia 19 do mês passado.

Segundo a polícia, Marília e o marido, Tiago Paixão Almeida, comandavam a venda de drogas na região sul de Campo Grande. Juntos, o casal controlava um laboratório de fabricação de pasta base de cocaína na Vila Fernanda. Como prova do envolvimento da investigada, os policiais encontraram contas de luz da casa, todas em nome da mulher.

Ainda conforme a investigação era Marília responsável por cobrar metas de produtividade na embalagem da cocaína, contratar advogados para os comparsas presos e ainda por realizar pagamentos e dar ordens de investimento dentro da organização criminosa.

No laboratório, os traficantes chegavam a produzir 2500 porções de cocaína por dia. A droga era embalada em forma de gota, uma “assinatura” do grupo e uma forma de controlar a presença de outros vendedores da droga na região.

Tiago Paixão, o líder da quadrilha, era dono de uma renda mensal de até R$ 750 mil, cerca de R$ 25 mil ao dia, e também de dois imóveis em condomínio de luxo em Balneário Camboriú (SC).

Além do casal foram presos Maicon Cezar dos Santos Donegas, José Severiano da Silva Neto, Cristiano de Aguiar da Silva, Wellington Silveira Flores, Ana Silvia Cardoso Flores, Francisco Cavalcante de Almeida e Jaqueline Paixão de Almeida.

Organização da quadrilha (Foto: Kisie Ainoã)
Organização da quadrilha (Foto: Kisie Ainoã)

Os comparsas – De acordo com a denúncia, além de envolver a esposa nos “negócios”, Tiago também contava com a ajuda do pai e da irmã. Jaqueline Paixão tinha cargo de confiança e era a responsável pelo laboratório clandestino. Junto com Ana Silva, a mulher fabricava as porções de cocaína.

Já o pai do traficante, Francisco Cavalcante, por ser idoso e não chamar atenção, agia como “olheiro” da quadrilha. Maicon Cezar, segundo a polícia, cuidava da manutenção de empresas de faixa, usadas para lavar o dinheiro do tráfico de drogas e ainda por guardar as armas de Tiago.

Ainda segundo o processo, integrantes da quadrilha, como Marília, são alvos do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em um processo que tramita na 7ª Vara Criminal de Campo Grande. O grupo também é investigado por negociar drogas com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

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