Suspeito causou incêndio após mulher oferecer passagem para ele voltar ao Paraná
Cansadas das brigas com o namorada, a vítima tentou terminar o relacionamento. O homem está preso em flagrante
O paranaense, de 45 anos, preso por atear fogo no quarto e tentar trancar a família na casa em chamas, no Jardim Imá, cometeu o crime após a namorada, de 50 anos, terminar o relacionamento e anunciar que compraria uma passagem para ele voltar a sua terra natal. Ele foi preso em flagrante na noite desta quinta-feira (1°), mas para a polícia negou ter iniciado o incêndio intencionalmente.
Na casa moram o autor, a mulher e dos dois filhos dela – de 28 e 23 anos. Todos estavam no local quando o incêndio aconteceu. Nos depoimentos a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) as vítimas contaram que o suspeito veio para Mato Grosso do Sul em novembro e no início a convivência era tranquila, já que ele não bebia.
Com o passar do tempo, o paranaense – que trabalha como pedreiro – voltou a ingerir bebidas alcoólicas e a partir daí as discussões na casa de tornaram frequentes. Na noite de ontem, após chegar em casa completamente embriagado pelo segundo dia consecutivo, discutiu com a esposa. Cansada da situação, ela terminou o relacionamento e avisou que compraria passagem para ele voltar ao Paraná.
Poucos minutos depois, mãe e filhos sentiram o cheiro da fumaça e descobriram que a cama do casal pegava fogo. Os depoimentos dos filhos, de 23 anos e da filha de 28, contam que o padrasto tentou trancar a porta para impedir a família de sair da casa.
Foi o rapaz de 23 anos que conseguiu abrir e tirar a mãe e a irmã da casa. Segundo ele, o padrasto não saiu, permaneceu dentro da residência e começou a passar mal por conta da quantidade de fumaça que inalou. Sozinho, ele tentou apagar o fogo, com um balde, jogou água pela janela para conter as chamas e assim evitou que o incêndio se espalhasse.
O suspeito também foi salvo e atendido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Corpo de Bombeiros. Toda a família relatou ainda a mudança no comportamento do pedreiro quando toma “cerveja e pinga”.
Ao Campo Grande News, a filha da vítima, analista financeira de 28 anos, contou que a situação foi um grande susto para todos. “É muito difícil. A próxima vez poderia ser fatal. Das vezes que ele bebeu essa foi a que ficou mais irreconhecível. Das outras eu conseguia conversar com ele, dessa não deu tempo nem de falar”.
Por conta da fumaça, a família foi orientada a sair de casa e passou a noite na casa de amigos. Já o suspeito recebeu atendimento médico da UPA (Unidade Básica de Saúde) Santa Mônica e foi levado para a Deam, onde foi preso em flagrante.
A versão dele dos fatos é de que o incêndio foi acidental. Relatou a polícia que tentou mexer em fios soltos de um interruptor, o que causou um curto-circuito. Segundo ele, as faíscas caíram em um vidro de álcool e o fogo de espalhou na casa, depois no guarda-roupas. O pedreiro também negou ter trancado a porta, falou que na verdade tentou abrir, mas não conseguiu. Alegou que não saiu da casa porque não se sentia bem.
Ele negou até a briga minutos antes do incêndio e a agressão a mulher três meses atrás, denunciada pela vítima e pelos filhos durante o flagrante. Pericia foi realizada na casa e deve ajudar a determinar a causa do fogo. O pedreiro passa por audiência de custódia nesta manhã.
