Teto de 6 crianças desapareceu e lar precisa de tudo para recomeçar
Vento levou embora 2019, mas também a casa reunida com tudo o que tinham 2 famílias

Este lar é um, mas nele cabem dois. Duas famílias, que viram, num piscar de olhos, os ventos que levam o ano embora levarem, também, tudo o que conseguiram reunir ao longo dos anos em residência singela no Jardim São Conrado. Este 2019 já vai indo e também levou, nesta terça-feira (31), o teto onde vivem 6 crianças.
São criadas pelas mães, que viveram momentos de desespero no início da tarde, com a chuva fraca, mas de ventos fortes, que levou o telhado já insalubre de amianto, parte da parede e inundou eletrodomésticos, a cama das crianças, a roupa, e, além disso, o motivo para celebrar.
Para as irmãs Dayane e Danielle e seus 6 filhos, 2020 já chega com o desafio de sensibilizar a população de Campo Grande. Sem teto para virar o ano, o mais urgente, agora, é que as pessoas doem telhas, mas é de tudo que precisam.
A casa está localizada na Rua Antônio Inácio de Souza, na terra batida, onde o horizonte é recortado de dificuldades materiais. O lar é dividido em dois: metade, com dois cômodos, é a casa de Dayane Fernandes, 26, dona de casa, que cria 3 filhos de 6, 4 e 2 anos. A outra metade é da irmã de Dayane, Danielle Fernandes, 25, dona de casa, mãe de uma criança de 6 anos e outras de 3 e 1 ano e 6 meses.
A ideia para esta virada de ano era inverter a solidão das jovens mães enchendo a casa com toda a família. Agora, a preocupação é mais urgente: ter onde dormir. O tempo que mudou o destino de ano novo desta família foi de apenas 40 minutos de chuva, o suficiente para causar estrago.
Guardar no baú - “Foi desesperador”, contou Danielle. “Pensei em colocar os meus filhos menores dentro de um baú, mas pensei que poderiam sufocar, então resolvi sair correndo com eles, fomos para a casa da minha avó”, disse. O temporal estourou também a rede elétrica. Sem teto, sem luz.
“Queríamos reunir a família para assar uma carne e agora não vai ter como porque perdemos tudo, vamos precisar ver o que faremos, para onde vamos. Não sabemos onde vamos dormir”, lamentam.
Dayenne conta que o vento levou o telhado “de uma vez só”. Desempregadas, em cidade com déficit nas vagas em Emeis (Escolas Municipais Infantis), as mães dependem apenas de 1 cartão do bolsa família – programa de auxílio à renda do governo federal – e da pensão de 1 dos filhos de Danielle, no valor de R$ 500. As rendas, juntas, não alcançam o valor de 1 salário mínimo.
Os votos de um 2020 melhor e mais próspero estão a uma ligação de distância. Quem quiser ajudar a família com doações pode ligar nos celulares (67) 99330-3731 e (67) 98176-9657.