TJ manda sargento e major voltarem para a prisão por jogo do bicho
Ministério Público alertou que liberdade pode favorecer disputa violenta entre grupos
O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) restabeleceu as prisões de major e sargento réus na Operação Successione. Ambos são da reserva da PM (Polícia Militar). A ofensiva mirou jogo do bicho e organização criminosa armada.
RESUMO
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Tribunal de Justiça determina retorno à prisão de major e sargento envolvidos em operação contra jogo do bicho. A decisão reverte a soltura anterior dos réus, que haviam sido presos na Operação Successione, em dezembro de 2023. A operação investigou organização criminosa armada e jogo do bicho, com apreensão de 700 máquinas de apostas. O Ministério Público solicitou o restabelecimento das prisões preventivas, argumentando risco à ordem pública e necessidade de garantir a aplicação da lei penal. O desembargador Jonas Hass Silva Júnior acatou o pedido, considerando a periculosidade dos envolvidos e a gravidade dos crimes. Além do major e do sargento, outros réus também tiveram suas prisões restabelecidas ou alteradas para prisão domiciliar. O processo está em fase de elaboração de sentença.
A ordem é para que o sargento Manoel José Ribeiro, o Manelão, e o major Gilberto Luis dos Santos voltem para a cadeia.
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Em outubro de 2023, Manoel e Gilberto foram flagrados num imóvel no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Na ocasião, foram apreendidas 700 máquinas de apostas. O major era funcionário da Assembleia Legislativa, lotado no gabinete de Neno Razuk (PL) desde 2019. O deputado estadual é apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como líder do grupo.
Os militares chegaram a ser conduzidos para a delegacia, mas foram liberados. Contudo, em dezembro daquele ano, eles foram alvos da Successione.
A 1ª Câmara Criminal ainda restabeleceu as prisões preventivas de Valnir Queiroz Martinelli e Wilson Souza Goulart. Já José Eduardo Abdulahad terá prisão domiciliar, mas com monitoramento eletrônico, devido à gravidade do quadro de saúde.
No recurso, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a volta das prisões dos réus, que haviam conseguido a liberdade em decisão da 4ª Vara Criminal de Campo Grande. A promotoria justificou que era preciso garantir a ordem pública, conveniência da instrução criminal e aplicar a lei penal, diante da gravidade dos crimes apurados na Operação Successione.
“Alegou que os recorridos integram organização criminosa estruturada e violenta, voltada à tomada do ‘jogo do bicho’ local, praticando investidas armadas contra grupos rivais, como evidenciam os três roubos qualificados ocorridos em 16/10/2023, com emprego de pistolas, utilização de mais de um veículo e concurso de agentes”, apontou o MPMS.
Para o desembargador Jonas Hass Silva Júnior, relator do processo, as provas mostram a periculosidade dos envolvidos.

“A meu ver, não agiu com acerto o juízo de origem. A gravidade concreta dos fatos narrados na denúncia e detalhados nas investigações revela, de forma clara, a periculosidade dos recorridos e o risco efetivo à ordem pública”, afirma o desembargador.
O relator aponta que, como já alertou o Ministério Público, a liberdade dos réus representa grave risco à ordem pública e pode favorecer a continuidade da disputa violenta pelo controle do jogo do bicho, com potencial de novos confrontos.
"Confiamos na Justiça de Mato Grosso do Sul e apesar da decisão, entendemos que não havia motivos para retornarem à prisão. Continuaremos na luta para buscar a liberdade de todos, tendo em vista que ficou claramente demonstrada a inocência durante a instrução processual realizada, inclusive tendo a juíza determinado a liberdade após as audiências", afirma o advogado Rhiad Abdulahad, que atua na defesa dos réus.
O processo da Operação Successione está na fase de elaboração de sentença. O deputado nega envolvimento com o crime.
O TJMS já restabeleceu as prisões preventivas de Mateus Aquino Júnior, Julio Cezar Ferreira dos Santos, Diego de Sousa Nunes e Edilson Rodrigues Ferreira.
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