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Capital

“Tô queimando”, gritava mulher que teve a casa destruída em incêndio

A mulher identificada apenas como Cleonice está internada na Santa Casa aguardando vaga em UTI

Viviane Oliveira e Ana Oshiro | 05/01/2021 12:13
“Tô queimando”, gritava mulher que teve a casa destruída em incêndio
Casa foi totalmente destruída pelo fogo registrado na noite de ontem (Foto: Marcos Maluf)

“Ela gritava: tô queimando, tô queimando”. O relato é da salgadeira Ana Paula Alves Ribeiro, 38 anos, vizinha da mulher, identificada apenas como Cléo, de 57 anos, que teve parte do corpo queimado durante incêndio na casa onde vivia com o marido, de 38 anos. Ele também ficou ferido. A residência, destruída pelo fogo, era alugada.

O incêndio aconteceu por volta das 18h30 de ontem (4), no cruzamento das ruas Jorge Nahas com a dos Gladíolos, na região da Júlio de Castilho, no Bairro Lar do Trabalhador, em Campo Grande.

Ana Paula contou que estava em  frente de casa quando o homem identificado apenas como Wando saiu gritando “me ajuda, tá pegando fogo”. Na hora, segundo a vizinha, chamou o filho de 15 anos para ajudar. “O sofá estava pegando fogo. Wando tentou tirá-lo com as mãos para ver se diminuía o fogo, mas o móvel ficou emperrado na porta e o incêndio se alastrou”, contou.

“Tô queimando”, gritava mulher que teve a casa destruída em incêndio
Restos de materiais foi o que sobrou do telhado da residência  (Foto: Marcos Maluf)

Ainda conforme Ana, Cléo estava no banheiro no momento do incêndio. Ela tem uma deficiência na perna e no desespero não conseguia sair. "Meu filho entrou lá, meteu o pé na porta e conseguiu tirá-la do meio do fogo. Ela gritava: tô queimando, tô queimando”, lamentou. Os vizinhos colocaram a mulher na frente do ventilador para aliviar a dor até o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegar. “Ela ficou muito queimada. O vestido que usava ficou colado no corpo”, disse.

“Tô queimando”, gritava mulher que teve a casa destruída em incêndio
Ana mostra o vestido que a vítima usava durante o incêndio (Foto: Marcos Maluf)

A primeira informação divulgada foi de que o imóvel era usado por um dos moradores para fabricação de produtos de limpeza. Informação negada pelo pai de Cleonice, idoso de 80 anos, que mora em frente à casa da filha. “Eles não fabricavam produtos de limpeza. Meu genro trabalha como supervisor de limpeza de grandes empresas e guardava uns frascos de sabão líquido”, explicou. Ele, que não quis se identificar, disse que o casal perdeu tudo. Tinham acabado de pagar uma geladeira novinha”, disse.

“Tô queimando”, gritava mulher que teve a casa destruída em incêndio
Geladeira novinha que o casal havia acabado de comprar (Foto: Marcos Maluf)

Conforme a primeira análise divulgada pelo Corpo de Bombeiros, o incêndio começou depois de um curto-circuito no forro em decorrência de falha elétrica. Uma fagulha atingiu o sofá e as chamas se espalharam rapidamente.

Ana contou que as fiações das casas ali são velhas, tem mais de 50 anos ou mais. "Eu tenho cinco filhos e não consegui dormir nesta noite de medo. Já decidi que vou mudar daqui. Já pensou se isso acontece na minha casa? Estou com medo, vou mudar, já decidi", contou.

A aposentada Edir Teixeira, 78 anos, comentou que ainda não havia presenciado tamanha tragédia. "Estava vendo novela quando ouvi a gritaria e fui ver o que acontecia. O fogo tava muito alto, se alastrando. Fiquei com medo. Passei mal com a fumaça", disse.

Grave - Conforme a assessoria de imprensa da unidade de saúde, Wando deu entrada na unidade às 21h42 de ontem. O paciente está internado pela equipe de cirurgia plástica em razão de queimadura sofrida na palma da mão direita. Ele segue consciente, orientado e estável no momento.

O quadro  mais grave é de Cléo. A vítima deu entrada às 19h52. Está na área vermelha do pronto-socorro internada  pela equipe de cirurgia plástica com queimaduras nas vias áreas, face e tronco. A paciente segue sedada, intubada e estável no momento aguardando vaga para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ela também está sendo acompanhada pela equipe de oftalmologia devido contato inflamável com material nos olhos.

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