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Capital

Tradicional, procissão nas Moreninhas atrai mil fiéis

Fabiano Arruda e Paula Maciulevicius | 22/04/2011 18:52

Multidão percorre três quilômetros para assistir encenação

Público se aglomera para assistir encenação sobre as últimas horas da vida de Cristo. (Foto: Simão Nogueira)
Público se aglomera para assistir encenação sobre as últimas horas da vida de Cristo. (Foto: Simão Nogueira)

Emocionados, cerca de mil fiéis participaram, nesta sexta-feira, da tradicional procissão nas Moreninhas, realizada há 22 anos. A multidão percorreu três quilômetros para acompanhar a encenação das últimas horas de Cristo.

Os fiéis saem da comunidade São Pedro e São Paulo, que fica no cruzamento das ruas Barreiras com a Peruíbe, no bairro Moreninha I. O destino final é a igreja Nossa Senhora Aparecida.

O teatro começa na condenação de Cristo e vai até a crucificação. A encenação ocorre em cima de um caminhão e conta com a interpretação de 32 jovens atores. Além dos fiéis que acompanham a trajetória, a procissão atrai centenas de pessoas que saem das suas casas para assistir.

Outro caminhão integra o ato encarregado apenas da parte técnica com o som e efeitos especiais, como exemplo, líquidos avermelhados utilizados para ilustrar o sangue de Jesus.

Um dos organizadores da procissão, João Marcolino Silva, de 42 anos, afirma que a intenção é trocar os atores a cada ano para dar oportunidade a outros e melhorar a encenação.

“O objetivo principal é evangelizar os que assistem”, comenta João, contando que os ensaios começaram em janeiro e que, para este ano, roupas novas foram adquiridas para os atores.

“A intenção é agradecer, pedir perdão e proteção”, complementa.

O ator que interpretou Jesus é Anderson Guimarães Gimenes, de 18 anos. O jovem diz que participa há sete anos da procissão e que se ofereceu neste ano para protagonizar a peça.

Com um aplique no cabelo e barba comprida, ele diz querer dar vida ao personagem e fala da emoção em interpretar. “É um papel importante e grandioso. Durante os ensaios saí machucado, mas vale a pena”, afirma.

Myllaine Pereira de Almeida, 14 anos, interpretou Maria. Participando há quatro anos do evento, ela mostrou seriedade. “Ninguém está aqui para aparecer. É uma questão de chamado”, diz a jovem.

Ator de 18 anos interpretou Jesus. Peça contou com 32 jovens.
Ator de 18 anos interpretou Jesus. Peça contou com 32 jovens.

Outra atriz, Thais Araújo Ferreira, 16 anos, viveu de uma mulher que enxugou as lágrimas de Cristo. Ela diz que, a todo momento, pensa no sacrifício de Jesus.

A colaboradora da igreja, Raquel Candido Soares, de 44 anos, ajudou na organização e comemorou o quantidade de fiéis presentes. “A igreja toda apoia e podemos perceber que a cada ano aumenta o público, principalmente de jovens”, diz.

- Durante a procissão são feitas 13 paradas, chamadas de estações. Em cada uma delas é escolhida uma família no meio do público para receber oração dos atores.

A funcionária pública Divina Garcia de Souza, 56 anos, diz que precisa ver a encenação todos os anos. “É um momento de reflexão”, comentou.

Para a dona de casa Augusta Ferreira, 48 anos, “não há época mais linda na história da igreja do que a semana santa”. Ela considera importante viver o momento “de reflexão e adoração a Cristo”.

Já Ana Rita de Oliveira, de 89 anos, lembra que sua primeira confissão ocorreu numa Sexta-feira Santa. Conta que há três semanas sofreu um acidente doméstico e ficou preocupada com a possibilidade de não participar.

Em meio ao clima da procissão, faz questão de contar um testemunho. Diz que tomou remédios para combater uma forte dor nas costas, mas que foi uma quantia de água benta que usou no local que a curou das dores.

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