Vitor se foi, mas se formou com diploma entregue à melhor amiga
Cena emocionou quem assistia à colação de grau neste final de semana; jovem faleceu em um acidente, em maio
Vitor Silva Gonçalves, 21 anos, não se formou fisicamente, mas de alguma forma concluiu a faculdade de Educação Física. O jovem morreu em um acidente no início do ano, mas o desejo dele de terminar o curso aconteceu por meio da melhor amiga, Danielle da Costa Brito, de 21 anos. Ela recebeu o diploma no lugar dele e emocionou quem assistia à cerimônia.
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Ela conta que o ato foi um mix de sentimentos e que a família de Vitor também se emocionou. Os pais não moram mais na cidade e não puderam comparecer porque a homenagem foi feita de última hora. A irmã também não conseguiu ir. A tarefa ficou para Dani.
“Senti tudo e, ao mesmo tempo, não senti nada. Na hora em que fui convidada, não pensei duas vezes. Eu estava em casa, coloquei uma roupa, não pensei em nada, só fui. E, na hora em que me chamaram para subir, comecei a tremer. Fiquei nervosa pensando que não era eu que tinha que estar lá, que era ele”.
Ela conta que todos que assistiram à homenagem, e até quem não conhecia, acabaram sentindo.
“Acho que, de tudo o que ele me ensinou, o que mais fica guardado em mim é a vontade de viver e o brilho nos olhos. Ele tinha um brilho no olhar, uma certeza de que tudo ia dar certo. E a forma de viver não preciso nem explicar, ele viveu”.
A amizade começou em 2022. Eles estudavam na mesma sala. Dani relembra que Vitor era aquela pessoa que todo mundo quer ter por perto e que sempre tratou todo mundo bem.
“Não conheço uma pessoa que não gostava dele. Sempre estava ali para quem precisasse, fazia de tudo pelos amigos e pela família. Tinha o riso fácil, podia estar triste, mas sempre fazia questão de tratar todos bem. Tudo o que estava ao alcance dele dava um jeito de fazer. Ele era um cara incrível. Ele merece todas as homenagens do mundo”.
Vitor foi cupido do relacionamento de Danielle com o namorado, que também é melhor amigo dele. Ela conta que a morte aconteceu no dia do aniversário dela e marcou para sempre a data, 18 de maio.
“Fui convidada para receber por ele e eu fui. Tirei foto e liguei depois para a mãe dele, falei com a minha irmã. Todo mundo ali da faculdade sabia da nossa amizade. Em 2022 nos tornamos amigos e começamos a sair juntos, fazer trabalhos juntos. Depois de um tempo, ele me apresentou o melhor amigo dele e começamos a namorar. Ele foi o cupido do meu relacionamento”.
Vivendo o luto, a irmã Fernanda Salvatierra ainda sofre ao lembrar de Vitor. Ela diz que o cérebro engana e ela acha que o irmão está apenas fazendo uma das mil coisas que ele tinha para fazer por dia.
“Ele sempre esteve muito presente na vida de todos e acho que isso se faz muito importante, porque eu não sou assim e queria ser mais como ele. Vivi com o Vitu, como todos chamavam, a minha vida inteira. Nós viemos do interior de Minas para cá em 2007. Minha mãe, por ser do interior, na época tinha medo de deixar a gente fazer qualquer coisa, então nós éramos tipo ‘temos o mundo inteiro no nosso quintal’. Éramos muito próximos, ele era padrinho da minha filha”.
Fernanda ressalta que Vitor era energético e que todos pensavam que ele tinha mais de 24 horas no dia, porque vivia ao máximo.
“Ele cuidava da minha filha de manhã quando eu precisava, ia para a faculdade à tarde, trabalhava à noite e ainda ia para as festas ou saía com os amigos dele na madrugada, o que é irônico porque o tema do TCC dele era ‘a importância do descanso’. Não tinha tempo ruim para ele, ele estava sempre feliz e o tempo de qualquer um com ele era para rir”.
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