“Tudo isso por causa de um cachorro?”, diz tutor ao ser preso por maus-tratos
Animal estava cheio de carrapatos e perícia apontou que, no estômago, havia apenas mato, terra e plástico
Um homem foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (21), em Campo Grande, por maus-tratos a animal com resultado morte. Ele é suspeito de deixar um cachorro morrer em condições extremas de abandono em uma casa no Bairro Paulo Coelho Machado.
O caso foi atendido pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), após denúncia recebida via Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança).
Segundo a Polícia Civil, o animal já estava morto quando a equipe chegou ao imóvel. Mesmo com pouco tempo do óbito, o corpo do cachorro estava infestado de carrapatos, em avançado estado de desnutrição e anemia severa.
Exame pericial apontou que, no estômago, havia apenas mato, terra e plástico. “É um caso de omissão e negligência absurda”, afirmou a delegada Gabriela Staïle, responsável pela investigação.
Conforme relatos de vizinhos, o tutor não era visto com frequência na casa, e o animal era mantido sozinho no imóvel. Diante da situação, uma segunda equipe da Decat iniciou buscas pelo suspeito, que foi localizado no centro da cidade, após procura em três prédios diferentes.
Durante a abordagem, o homem demonstrou frieza diante do crime. “Quando os policiais o localizaram, ele questionou: ‘Nossa, mas tudo isso por causa de um cachorro?’ Isso mostra o total descaso e o dolo, que é a intenção, no crime de maus-tratos”, detalhou a delegada.
Ainda segundo Gabriela, o suspeito trabalha como pintor e tentou dificultar a localização fornecendo informações imprecisas sobre o local onde estava prestando serviço. A prisão foi efetuada com apoio do síndico do prédio onde ele foi encontrado.
O tutor foi autuado com base no artigo 32, § 2º da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), que prevê pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa, quando os maus-tratos resultam na morte do animal.
A delegada destacou que o crime não se trata de um caso isolado e reforçou a importância das denúncias. “É essencial que a população denuncie. Um animal depende exclusivamente do tutor para viver. Abandonar é crime e leva à morte, como neste caso”, concluiu.
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