Casal comandava tráfico de dentro de presídio na Capital
A operação Tic Tac, realizada pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), determinou a prisão de sete pessoas nesta terça-feira, em Campo Grande e São Gabriel do Oeste.
Dos acusados, dois já cumpriam pena e organizavam o tráfico de pasta base de cocaína de dentro das prisões. Os sete mandados de prisão já foram cumpridos. A ação é o desfecho de uma investigação iniciada em janeiro, que já resultou na apreensão de 40 quilos de cocaína e a prisão de outras 13 pessoas.
Apontado como líder do grupo, Marcos Elias da Costa, conhecido como "Pirata", que está no presídio de Segurança Máxima e pertence a facão criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), dava a ordem para que comparsas contratassem pessoas, principalmente mulheres, para buscar a droga no Paraguai e levar para outros Estados, como São Paulo e Paraíba. Se a "encomenda" era para o Nordeste, a pessoa ia de ônibus e retornava de avião.
A mulher de Pirata, que cumpre pena no presídio Irmã Irma Zorzi, na Capital, também teve a prisão preventiva decretada. Em São Gabriel, foi preso um casal responsável por organizar a contabilidade do tráfico. Eles também mantinham uma boca-de-fumo.
Em Campo Grande, ainda foram presos o motorista de um caminhão de supermercado e dois comparsas de "Pirata", que atuavam na contratação das "mulas". De acordo com o delegado Carlos Delano, há indícios de que o caminhão do supermercado era utilizado no esquema. "Mas ainda não podemos afirmar".
As informações foram obtidas por meio de quebra do sigilo telefônico. O delegado relata que "Pirata", mesmo de dentro da prisão, trocava o número do celular por diversas vezes. Ele foi preso em 1997 por latrocínio em São Vicente (São Paulo). "Pirata" roubou um carro-forte e matou o motorista do veículo. Ele fugiu e foi preso em Rio Brilhante, por uso de documento falso. Os nomes dos demais presos não foram divulgados.
A ação ainda cumpriu 15 mandados de buscas e o sequestro de valores disponíveis em 17 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
O nome da operação é alusivo ao crocodilo da história de Peter Pan, que persegue o vilão Capitão Gancho.
A operação tem apoio do DIP (Departamento de Inteligência Policial), Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), Defron (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Fronteira), DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Três Lagoas, e das delegacias de Ladário, São Gabriel do Oeste, Dourados e Ponta Porã.