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Cidades

"Caso Motel": MPE pediu exclusão de um dos 4 acusados

Redação | 18/01/2008 11:25

Nas alegações finais apresentadas esta semana à Primeira Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande em relação ao "Caso Motel", como ficou conhecida a morte dos jovens Murilo Alcalde e Eliane Ortiz, em junho de 2005, os promotores responsáveis pela acusação mantiveram a tese sobre o crime, mas pediram a exclusão de um dos quatro réus iniciamente apontados como autores do duplo assassinato.

Na peça, o MPE (Ministério Público Estadual) pede que sejam levados ao júri popular pelo crime o traficante Irio Vilmar Rodrigues e os policiiais militares Adriano de Araújo Mello e Getúlio Moreli. Quanto ao quarto réu, Ronaldo Vilas Boas, a acusação afirma que não foi possível confirmar o envolvimento dele no caso, porque a testemunha que o havia acusado não o reconheceu durante a instrução do processo.

Sem o reconhecimento ou outra aprova que indicasse a participação de Vilas Boas no crime, o MPE pediu que ele seja impronunciado, ou seja, inocentado no caso. Na versão original, ele era apontado como um matador de aluguem contratado para ajudar na execução dos assassinatos. O crime, pela apuração do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), teve relação com o tráfico de drogas.

Eliane, que trabalhava como garota de programa em uma boate, também atuaria na venda de drogas e teria decidido sair do negócio e ameaçado relatar informações sobre as atividades criminosas. Em represália, foi morta. Murilo, que freqüentava a boate e havia sido visto com ela algumas vezes, teria sido vítima também por ser confundindo com um informante à polícia.

Investigação contestada - As alegações finais do MPE foram entregues à justiça na segunda-feira, 14 de janeiro, último prazo dado pelo juiz responsável pelo caso, Júlio Roberto Siqueira. Os promotores Clóvis Smaniotto e Jiskia Trentin, integrantes do Gaeco, entregaram o documento depois de terem pedido, na semana anterior, mais prazo para a instrução do processo. A alegação é de que queriam esperar o depoimento à Justiça da mãe da jovem assassinada, Maria Madalena Ortiz, marcado para 19 de fevereiro deste ano, em Marechal Rondon, no Paraná.

Pediram ainda que fossem autorizadas mais quebras de sigilo. O juiz despachou no dia 11 de janeiro, sexta-feira, dizendo não ao pedido, que já havia sido rejeitado em dezembro, quando Siqueira colocou o caso na fase de alegações finais. Nas duas ocasiões, o magistrado fez críticas negativas à forma como as investigações foram conduzidas pelo MPE. No último despacho, chegou a definir o crime como insolúvel, se permanecesse a tese dos promotores, que acabou sendo a versão apresentada, com a diferença da exclusão do réu Ronaldo Vilas Boas.

Depois da manifestação dos promotores, o caso agora aguarda as alegações finais dos advogados dos réus. Foi dado o prazo de três dias úteis para isso. Depois, é o magistrado quem dá seu veredicto, decidindo se manda ou não os acusados ao júri popular. A previsão manifestada pelo juiz é que isso seja definido até o mês que vem.

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