ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 26º

Cidades

Cidades festejam crescimento, mas lutam para manter qualidade de vida

Flávia Lima | 28/08/2015 16:08
Sidrolândia desponta em pesquisa do IBGE, que aponta cidades com maiores índices de crescimento habitacional. (Foto:Divulgação)
Sidrolândia desponta em pesquisa do IBGE, que aponta cidades com maiores índices de crescimento habitacional. (Foto:Divulgação)

Prefeitos de municípios de Mato Grosso do Sul que registraram um expressivo crescimento populacional de acordo com pesquisa divulgada esta sexta-feira (28) pelo IBGE, buscam desenvolver ações que garantam a qualidade de vida dos novos moradores.

Conforme o estudo, as cidades de Sidrolândia, Chapadão do Sul e Nova Alvorada do Sul encabeçam a lista dos municípios que tiveram o maior crescimento populacional no último ano. Com crescimento de 3,30%, Sidrolândia, com 51,355 moradores, lidera a lista.

Segundo o prefeito Ari Basso (PSDB), o desenvolvimento se deve a expansão do agronegócio e indústrias que chegaram na região, porém o crescimento econômico desperta a preocupação em garantir a qualidade de vida dos moradores da cidade.

"Fico feliz com o resultado da pesquisa, mas temos que garantir a vinda de mais indústrias para que as pessoas não fiquem sem emprego", ressalta. A garantia dos serviços essenciais também é outra preocupação. "Espero entregar no próximo ano mais duas escolas municipais e também conseguir recursos federais para colocar em operação a Unidade de Pronto Atendimento que já está concluída", afirma.

A meta do prefeito é conseguir os recursos para contratar os médicos e profissionais que irão atuar na operacionalização da unidade. Quanto a saúde, Ari Basso afirma que a cidade conta com 12 postos, número, segundo ele, suficiente para o tamanho da cidade. "Estamos fazendo o possível para acompanhar esse crescimento, batalhando por recurso, mas a situação está difícil para todos", disse.

Já o prefeito de Chapadão do Sul, que registrou aumento populacional de 3,06%, comemora a pesquisa e ressalta que o crescimento é em decorrência da instalação de duas usinas de álcool próximas a cidade, além da fazenda agrícola, que aumentou suas atividades, atraindo um grande fuxo de pessoas. "Já estamos vindo de um crescente de muitos anos, principalmente após a instalação de cursos superiores da UFMS", diz o prefeito Luis Felipe Barreto magalhães, (PT do B).

No entanto, o prefeito também vem buscando parcerias para garantir mão-de-obra especializada no município, garantindo que a população jovem permaneça na cidade. Ele diz que vem procurando ajustar a estrutura da cidade para receber a demanda populacional. "Para nós não é interessante um inchaço, mas, sim, buscar uma infraestrutura que garante a qualidade de vida", ressalta.

Para isso, ele anunciou a instalação de mais uma delegacia e uma nova escola técnica federal, que irá oferecer cursos de qualificação de mão-de-obra para o campo. Também está em fase final de instalação, uma empresa americana de grande porte que produzirá ração e óleo a base de milho, aumentando a oferta de empregos ao município, hoje com 23 mil moradores segundo o prefeito, que contesta os dados deste ano, que aponta uma população de 22.620 habitantes.

Entre as demais cidades que registraram altas taxas de crescimento populacional estão Nova Alvorada do Sul, com 2,98%, (19.656 moradores), Sonora, com 2,72% (19.914 hab) e Figueirão, com 2,33% (3.012).

Dificuldades - No topo da lista das cidades que registraram baixa evolução populacional está Taquarussu, que teve taxa de crescimento zero. O prefeito Roberto Tavares Almeida (PSDB) explica que encontra dificuldade para atrair indústrias para a cidade, que, segundo o censo do IBGE, conta com 3.570 habitantes. Para o prefeito, esse número é de pelo menos 4 mil.

"Com essa situação de crise, os menores são os que mais sofrem. Tentei parcerias para conseguir vagas no frigorífico de Nova Andradina, mas ele acabou dando férias coletivas", disse. Com poucas ofertas de emprego, ele revela que os jovens deixam a cidade em busca de municípios maiores. Apesar da debandada, o prefeito fez viagens recentes ao Paraná na tentativa de trazer para sua região fábricas de roupas e sapatos. "Todos recusam porque alegam a dificuldade na logística para distribuir os produtos depois", ressalta.

Os poucos habitantes também desestimulam os empresários, que não veem em Taquarussu, uma cidade com potencial de consumo. Com uma arrecadação em torno de R$ 1,4 milhão, a cidade perdeu pelo menos 50%em ICMS e FPM desde o início do ano. "O foco agora é trabalhar para garantir pagamento da folha dos servidores", afirma o prefeito.

Mesmo com as adversidades, o gestor diz que busca parcerias para investir no turismo local e garantir um aumento da renda municipal. "Estamos fazendo um trabalho junto ao pessoal de Secretaria de Turismo na tentativa de atrair pessoas para conhecer a região. Temos uma grande área de parques e a esperança é estimular o turismo", diz.

Na sequência da lista das cidades com menor crescimento populacional está Novo Horizonte do Sul, que surgiu a partir de assentamento realizado nos anos 80 e continua em crise, com uma taxa negativa de crescimento populacional de 3,06%.

Segundo o último censo, a cidade tem 4.306 habitantes, número contestado pela prefeita Nilza Ramos Ferreira Marques (DEM), que, baseada nos atendimentos feitos pelos postos de saúde da cidade, alega que o município já conta com 5,5 mil moradores.

Mesmo assim, ela também vem encontrando dificuldades para atrair empresas à região devido a logística. Apesar de a cidade contar com uma fábrica de tecidos, ela revela que muitos jovens preferem sair e buscar alternativas em polos maiores.

"O índice de empregos fica entre a prefeitura e a usina de álcool, que agora foi para Ivinhema", diz. A prefeita ainda ressalta que observa a queda no número de habitantes desde a emancipação da cidade, em 1992. Na época, Novo Horizonte do Sul registrava cerca de 8 mil moradores, que não se manteve apesar das iniciativas de gestões passadas em atrair empresas. "Mesmo com a oferta de atrativos fiscais, não obtivemos bons resultados", reclama a prefeita do município que arrecada entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão por mês. 

Em mais uma tentativa de driblar as dificuldades econômicas, ela busca uma parceria com o  governo do Estado para a construção de 45 casas populares. Para garantir emprego às novas famílias, ela batalha parceria com empresas da região na tentativa de conseguir vagas para moradores da cidade. "Temos mão-de-obra, falata a oportunidade", diz.  

Outras cidades que também acusaram baixo crescimento são Rio Negro (-0,78%), Guia Lopes da Laguna (-0,73%) e Pedro Gomes (-0,71%).

Com índice zero de crescimento, Taquarussu busca parcerias com empresas para incentivar moradores a permanecerem na região. Foto: (Divulgação)
Com índice zero de crescimento, Taquarussu busca parcerias com empresas para incentivar moradores a permanecerem na região. Foto: (Divulgação)
Nos siga no Google Notícias