Cimi também liga assassinatos de índios à falta de terra
Após divulgar em Brasília dados preliminares de um levantamento sobre assassinatos de índios no Brasil, o vice-presidente do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Roberto Liebgott, comentou a realidade de Mato Grosso do Sul. O Estado concentra 63% das mortes registradas em 2007, número seis vezes maior que o ocorrido em Pernambuco, que ficou em segundo lugar nas estatísticas.
No Brasil foram 76 assassinatos, 48 de índios sul-mato-grossenses. Para o representante do Cimi, o principal motivo é a negligência, a falta de atenção à questão indígena. Em Mato Grosso do Sul a situação de confinamento enfrentada nas aldeias é apontada por ele como questão central a ser resolvida."São milhares de pessoas praticamente confinadas em áreas diminutas, o que leva a inúmeros conflitos naquela região."
Roberto Liebgott cobra a "imediata intervenção do governo federalo Estado brasileiro na perspectiva de aliviar a população dessas áreas por meio de demarcações de terras."
Os números ainda não foram detalhados pelo Cimi, com o nome das vítimas e local dos assassinatos relacionados no levantamento, mas dados da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) também confirmam o aumento da violência em Mato Grosso do Sul.
Os números são menores, com registro oficial de 35 mortes. Mesmo assim o crescimento acompanhado pelo órgão é de 150% em relação a 2006, quando foram 14 homicídios. O Estado é o que tem a segunda maior população indígena do País, com 63 mil pessoas.
