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Cidades

Conselho Indígena pede afastamento de envolvido em assédio sexual

Luciana Brazil | 22/03/2013 14:02

Após denúncia de assédio sexual envolvendo o coordenado municipal do Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), o Condisi/MS (Conselho Distrital de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul) pediu afastamento do suspeito hoje pela manhã durante assembleia realizada em Campo Grande.

O Conselho vai ainda encaminhar à Comissão de Investigação e ao Ministério da Saúde as apurações sobre o caso.

O coordenador, que não é indígena e não teve a identidade revelada, teria assediado sexualmente uma das agentes de saúde das equipes de Atenção Básica das Aldeias, da Sesai.

“Nós orientamos a vítima a registrar o Boletim de Ocorrência e o inquérito foi instaurado. Além disso, foi aplicado um processo administrativo disciplinar”.

Fernando explica que, mesmo os envolvidos não sendo indígenas, a situação afeta as aldeias de forma direta e indiretamente. “Até mesmo o atendimento nas aldeias ficou prejudicado por causa da denúncia”.

Mato Grosso do Sul tem 73 mil indígenas espalhados em 75 aldeias, em 29 municípios. Vivem na Capital seis mil índios.

Falhas na saúde: O presidente do Condisi afirma que hoje no Estado, a saúde voltada aos indígenas ainda apresenta problemas estruturais. O reflexo dessas precariedades é o índice de mortalidade infantil entre os índios. Para cada mil crianças indígenas que nascem, 35 morrem.

“Falta estrutura, balança para pesar as crianças, medicação e isso é grave”, aponta Fernando.

A Atenção Básica nas Aldeias atende casos de baixa complexidade, assim como nos casos da população não indígena.

Nas aldeias, o atendimento é feito por 900 profissionais, sendo 70% deles indígenas. Com equipes multidisciplinares, compostas por enfermeiros, psicólogas, nutricionistas, entre outros profissionais, a Atenção Básica precisa responder as especificidades dos índios, como a cultura e a língua nativa.

Mas Fernando esclarece que o atendimento diferenciado só ocorre nas aldeias. Já nos postos de saúde dos municípios, o atendimento é feito com igualdade. “Nas aldeias, muitos não falam o português e um dos agentes ou profissionais precisam fazer essa ponte de diálogo”.

O Conselho, que representa oito etnias do Estado, acompanha de perto o recurso de R$ 45 milhões investidos no Estado anualmente pela Sesai. “Temos obrigação de acompanhar a gestão, além de apresentar propostas”, define.

Realizadas periodicamente, em média a cada dois meses, a assembleia reúne usuários, trabalhadores e gestores prestadores do Sesai.

Na pauta de hoje a 5° Conferência Nacional da Saúde Indígena também foi discutida. O evento, que acontece entre os dias 26 a 30 de novembro,  irá aprovar diretrizes que subsidiarão as ações de saúde locais e estaduais, além de formular a Política Nacional de Atenção Básica à Saúde dos Povos Indígenas.

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