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Cidades

Demitida, médica nega divulgação de dados de Marisa e relata ameaças

Reumatologista formada na UFMS, Gabriela Munhoz foi defendida pelo pai em entrevista a jornal

Richelieu de Carlo | 08/02/2017 10:57
Ex-primeira-dama Marisa Letícia teve dados sigilosos divulgados em grupo de WhatsApp. (Foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil)
Ex-primeira-dama Marisa Letícia teve dados sigilosos divulgados em grupo de WhatsApp. (Foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil)

Demitida pelo Hospital Sírio-Libanês, a médica Gabriela Munhoz, de 31 anos, por supostamente ter vazado dados sigilosos sobre as condições clínicas da ex-primeira-dama Marisa Letícia, nega que tenha divulgado informações e diz estar recebendo ameaças de morte por causa do episódio.

Reumatologista formada na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em 2009, Gabriela foi defendida pelo pai, o também médico Mario Munhoz, de 58 anos, que afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, desde que o caso foi divulgado, no último dia 2, a filha já recebeu mais de 300 e-mails com xingamentos e ameaças.

"São mensagens a chamando de assassina, de vagabunda, dizendo que vão matá-la e que ela vai ser perseguida para o resto da vida", conta o pai de Gabriela. Segundo ele, a filha está fazendo acompanhamento psicológico e está muito abalada com a repercussão do caso.

Gabriela trabalhava havia dois anos e meio no Sírio e, além de dar plantões no pronto-socorro, fazia parte do corpo clínico da instituição na área de reumatologia. Munhoz afirma que a filha foi demitida por justa causa sem ter a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos. Por causa da repercussão do caso, a profissional foi demitida ainda de outro hospital privado onde atuava.

Gabriela Munhoz divulgou nota, na noite de terça-feira (7), em que nega ter divulgado ou compartilhado imagens de exames médicos de Marisa Letícia, nem informações sigilosas sobre seu diagnóstico. "Não tive contato visual ou pessoal com ela nem com seu prontuário médico", diz ela, no texto.

Segundo Mario Munhoz, se a filha tivesse acessado qualquer dado do prontuário da paciente, haveria registro do acesso em seu login do hospital, o que não aconteceu.

De acordo com a família da médica, Gabriela estava de plantão no pronto-socorro do hospital paulistano no dia 24 de janeiro, dia da internação da ex-primeira-dama, quando um ex-colega da UFMS compartilhou pelo grupo de WhatsApp da turma uma imagem da tomografia feita por Marisa em um hospital de São Bernardo do Campo, no ABC, vazada anteriormente por outro médico.

"Um dos colegas, então, perguntou para a Gabriela se ela estava no Sírio e a opinião dela sobre o exame. Ela confirmou que estava lá e classificou o padrão da tomografia como "fisher 4" (escala que mede nível de sangramento cerebral). Mas ela falou isso exclusivamente pelo que estava vendo na imagem compartilhada e não porque teve acesso a dados da paciente”, diz Mario Munhoz.

“Qualquer médico que visse a tomografia teria condições de fazer essa avaliação. Ela não divulgou nenhum diagnóstico, nenhum quadro clínico, ela simplesmente estava lendo um exame", diz o pai da médica, que afirma ter todos os "prints" das conversas de WhatsApp comprovando a versão dela. As reproduções das conversas foram registradas em cartório por meio de ata notarial, diz Mario Munhoz.

Na nota divulgada ontem, Gabriela afirma que não fez "piadas ou ironias com o estado de saúde da ex-primeira dama" e que jamais desejou algum mal a ela. “Infelizmente, acabei sendo usada em uma discussão política que jamais foi minha intenção”, lamenta.

Mario Munhoz disse que a família pretende, futuramente, entrar em contato com representantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para esclarecer o caso e provar que não houve qualquer conduta indevida por parte da médica.

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