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Cidades

Em Campo Grande, ministro autoriza migração de 36 emissoras AM para FM

Em MS, 23 rádios terão sinal convertido, o que representa redução de custos e estimativa de gerar 600 novos empregos no estado.

Anahi Gurgel | 24/07/2017 17:26
Ministro Gilberto Kassab e autoridades durante assinatura de termos para migração de rádios AM para FM, na tarde desta segunda-feira (24). (Foto: André Bittar)
Ministro Gilberto Kassab e autoridades durante assinatura de termos para migração de rádios AM para FM, na tarde desta segunda-feira (24). (Foto: André Bittar)

Em cerimônia na tarde desta segunda-feira (24), na Esplanada Ferroviária, em Campo Grande, representantes de 36 emissoras de rádios de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso assinaram termos aditivos de adaptação das outorgas para migração de AM (Amplitude Modulada) para a faixa FM (Frequência Modulada).

Foram beneficiadas 13 emissoras sul-matogrossenses e outras 23 do estado vizinho, com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e da secretária de Serviços de Comunicação Eletrônica, Vanda Nogueira.

“A radiodifusão brasileira é reconhecida mundialmente. Mesmo em um território extenso, as ondas do rádio conseguem levar informação de qualidade aos 204 milhões de habitantes”, disse Kassab, durante pronunciamento.

“A migração de AM para FM é apenas a primeira iniciativa para melhorar serviços nesse setor. Com a modernização dos equipamentos, o resultado imediato será a redução de gastos nas rádios, com menor tarifa de energia e custos de manutenção; os empresários poderão investir mais em melhorias e haverá, assim, melhor qualidade dos programas, mais entretenimento e notícias atualizadas”, complementou.

O presidente da AERD (Associação das Emissoras de Radiodifusão de MS), Rosário Congro Neto, ressaltou que o processo de migração representa mais que qualidade para os ouvintes.

“O avanço tecnológico vai proporcionar mais emprego e renda para o estado. A estimativa é que 600 novos postos de trabalho surjam com a modernização das rádios, dinamizando todos os setores da economia no estado”, acredita.

Prefeito Marquinhos Trad, durante evento na Esplanada dos Ferroviários, nesta tarde (24).
Prefeito Marquinhos Trad, durante evento na Esplanada dos Ferroviários, nesta tarde (24).

Durante discurso, ressaltou que a “conquista” só foi possível devido ao empenho do Governo do Estado em simplificar processos para obtenção de licença ambiental, trabalhar pela linha de crédito junto ao FCO (Fundo do Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), para que empresários adquirissem equipamentos e isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

O "anfitrião", prefeito Marquinhos Trad (PSD), recordou o período em que atuou em AM de Campo Grande e considerou o momento histórico. "Foram 12 anos trabalhando em rádio AM. Essa modernização, levar qualidade às pessoas é fundamental; entrar no lar delas, por meio das ondas do rádio, é sagrado", disse. 

Vantagens - A rádio Independente de Aquidauana é uma das que assinou termo de migração nesta tarde, e vai passar da AM 10 Kw para FM, podendo operar até 30 kW de potência.

"Significa melhor som aos nossos ouvintes, com qualidade de 'CD'. Para nós, empresários, haverá manutenção mais barata e, com isso, poderemos investir em equipamentos, gerando mais emprego e incremento da economia”, pontuou o diretor-gerente Armando de Amorim Anache, ressaltando que a emissora atua na classe A2, uma das mais potentes da região. 

Armando Amorim, diretor da Rádio Independente de Aquidauana, durante cerimônia de assinatura de migração, em Campo Grande. "Mais redução de custo e investimentos em qualidade". (Foto: André Bittar)
Armando Amorim, diretor da Rádio Independente de Aquidauana, durante cerimônia de assinatura de migração, em Campo Grande. "Mais redução de custo e investimentos em qualidade". (Foto: André Bittar)

Migração - A assinatura dos termos aditivos é uma das últimas etapas do processo de mudança. O próximo passo, pelas empresas de radiodifusão, é apresentação de um projeto técnico de instalação da FM junto à Secretaria de Radiodifusão e solicitar autorização de uso da frequência à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Com a liberação, os veículos já podem transmitir a programação na nova faixa, em um processo que leva aproximadamente 4 meses.

A mudança é uma reivindicação das emissoras de amplitude modulada de todo o país, que sofrem com a perda de qualidade do sinal, de audiência e de faturamento.

A principal distinção entre AM e FM, responsáveis por modular os sinais de radiofreqüência, é a técnica de produção e a “estética” de programação. Ou seja, a faixa AM, entre 500 e 1600 kHz (quilohertz), opera em amplitude modulada, com mais alcance se comparado à FM, mas com resposta de freqüência bem inferior.

Já a FM, que tem faixa entre 88 e 108 Mhz (megahertz), é basicamente o oposto: alcance menor em relação ao da AM, mas resposta de frequência bem superior. A diferença repercute, especialmente, na qualidade e alcance do sinal.

Ao migrar sua operação para a faixa FM, as rádios também podem ser sintonizadas em dispositivos móveis, como tablets e smartphones, o que garante a continuidade e a modernização do serviço.

Já realizaram migração emissoras de Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Paraná, São Paulo e Paraíba. Das 1.781 rádios AM do país, quase 1.500 - cerca de 70% - solicitaram a migração.

Num primeiro momento, cerca de 960 emissoras poderão operar na faixa atual de FM, de 88 FM a 108 FM. As demais, terão que esperar a conclusão do processo de digitalização da TV, responsável por liberar espaço para todas as rádios que desejem fazer a mudança.

"O sinal analógico será totalmente desligado em outubro de 2018", afirmou o ministro Kassab.

Em Mato Grosso do Sul, de 51 emissoras AM, além das 23 assinaturas desta segunda-feira (24), 13 já haviam assinado termo de migração no ano passado, restando ainda 15 para realizarem a conversão.

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