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Cidades

Em júri, MPF lembra de violência contra índios em MS

Redação | 03/05/2010 14:30

Em dia de julgamento de três acusados de espancar e matar o líder guarani Marcos Veron, há 7 anos em Dourados, os procuradores da república que acompanham o caso lembraram da violência contra indígenas em Mato Grosso do Sul.

As vítimas mais recentes, conforme os relatos do Ministério Público Federal são os dois professores guarani-kaiowá que em novembro do ano passado desapareceram após confronto com segurança de fazenda, em Paranhos, a 472 quilômetros de Campo Grande.

Seis meses depois, apenas o corpo de um deles foi encontrado, com perfurações, boiando em rio da região.

Dois meses antes, em 18 de setembro de 2009, "um grupo armado atacou um acampamento Guarani, às margens da BR-483, na região conhecida como Curral do Arame, a dez quilômetros de Dourados. Um índio de 62 anos foi ferido por tiros, outros indígenas foram agredidos e barracos e objetos foram queimados. Não se conhecem ainda os autores do ataque", protestou o MPF.

Outro caso, também em novembro de 2009, foi da desocupação feita pela Polícia Militar de índios terena, também no ano passado da fazenda Querência, em Dois Irmãos do Buriti. A ação ocorreu sem ordem judicial de reintegração de posse, o que representa afronta á legislação, ressaltou o Ministério Público.

"Em dezembro de 2009, indígenas da etnia Terena, que retomaram parte da fazenda Petrópolis, que faz parte da área declarada pelo Ministério da Justiça como Terra Indígena Cachoeirinha, em Miranda, denunciaram ter sofrido ameaças depois que o TRF-3 suspendeu ordem de reintegração de posse. O STF determinou a desocupação da área, mas os indígenas pedem prazo para colher as lavouras já cultivadas", finalizou o MPF.

Para o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, "todos os casos apontados mostram que infelizmente a violência contra povos indígenas não é um fato isolado nem uma questão ultrapassada. O que se espera do poder público e do Judiciário é uma ação imparcial para que ocorra a efetiva proteção dos povos indígenas".

O julgamento do caso Veron foi transferido para São Paulo, a pedido do MPF, sob alegação de que o preconceito instalado em Mato Grosso do Sul comprometeria o júri popular que começou na tarde desta segunda na Justiça Federal da capital paulista.

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