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Cidades

Em MS, prefeitos resistem à implantação de Procon

Redação | 11/09/2010 13:31

Os direitos do consumidor, cujo código de defesa completa 20 anos neste sábado, são preteridos em boa parcela dos municípios de Mato Grosso do Sul em nome da harmonia entre prefeitos e empresários.

A situação é revelada pelo superintendente do Procon/MS, Lamartine Ribeiro. "Tem resistência política de muitos prefeitos. Apesar de ser uma questão de cidadania, de dignidade. Muitos acham, de forma ignorante, que o Procon vai atrapalhar o comércio. Deixam a população desprotegida para prestigiar a classe empresarial", salienta.

Dos 78 municípios, somente 20 contam com o órgão de defesa do consumidor. Ribeiro visita as cidades do interior na tentativa de expandir o número de Procons municipais. "Explico que o Procon é parceiro, que trabalha junto, dialoga", conta, ao citar as ações frustradas.

Duas décadas depois, o código que defende os direitos do consumidor também precisa avançar nas questões relacionadas às compras pela internet. "Não tem regulamentação específica, então é preciso interpretar o código. E cada um faz a sua interpretação", pondera.

O código trata apenas de compra à distância, solicitada por correspondência e telefone. Lamartine Ribeiro enfatiza que a atualização do código depende de lei federal.

Dor de cabeça - Para ele, a principal virtude do Código de Defesa do Consumidor foi ter resistido à pressão das empresas e completar 20 anos em vigor.

O superintendente destaca que as pessoas passaram a ter mais confiança que o órgão é capaz de dar resposta aos problemas. "Acabou a idéia de que procurar o órgão de defesa do consumidor ia dar só dor de cabeça", compara.

Com a cobrança dos clientes, as empresas são forçadas a melhorar o serviço. "Já avançamos bastante. Em maio de 2009 foram aberto 163 processo contra a Enersul. Em maio de 2010, foram 19. Buscamos o diálogo com as empresas mais reclamadas".

Atualmente, no Estado, o ranking de reclamações de consumidores é liderado pela Paulistec, escola que vendia diplomas falsos na Capital. A segunda posição é ocupada pela Brasil Telecom. A Claro é a terceira empresa que mais motiva reclamações dos consumidores.

No episódio da Paulistec, o Procon da Capital realizou 700 audiências e intermediou o reembolso de R$ 326 mil aos ex-alunos. "Neste caso, a reposta foi muito rápida, as pessoas já saiam daqui com o cheque na mão".

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