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Cidades

Epiléticos podem ter CNH, mas devem ter cuidados para evitar acidentes

Bruno Chaves | 07/08/2013 15:26

A epilepsia é uma doença crônica neurológica, que atinge cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com a LBE (Liga Brasileira de Epilepsia), a causa da enfermidade, muitas vezes, é desconhecida. No entanto, ela pode ter origem em ferimentos sofridos na cabeça, traumas na hora do parto, abusos de álcool, drogas e outros. Apesar de terem algumas restrições, os epiléticos podem dirigir veículos normalmente e devem seguir recomendações médicas para que não se envolvam e acidentes de trânsito.

A doença, que é entendida por poucos, pode ter sido a causa de mais um acidente envolvendo motociclistas em Campo Grande. Ontem (7), Mayara Cristina Calado, 23 anos, perdeu a vida depois de ter a moto atingida por um carro, dirigido por Lea Rejane Ocampos, 29 anos, que justificou a colisão dizendo que tinha sofrido um ataque epilético.

Para o comandante da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Transporte e Trânsito), major Alírio Vilassanti, acidentes envolvendo crises de doenças, como a epilepsia, não são comuns, já que antes e depois de possuírem a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), os condutores passam por exames médicos do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

“O médico do Detran entende se a pessoa tem condições de dirigir um veículo ou não”, afirma. O comandante ainda reforça dizendo que, na Capital, a maioria dos acidentes é causada por algum tipo de infração de trânsito. “Na imensa maioria, é excesso de velocidade aliada a ingestão de álcool”, explica.

Já o Detran, por meio de nota oficial, informou que pessoas que possuem epilepsia podem conduzir veículos se obedecerem alguns critérios impostos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), expostos na Resolução 425.

"Apenas os indivíduos que têm crises frequentes e apresentam crises com intervalo menor que um ano devem abster-se da direção veicular, pois seria um risco para o condutor, passageiros e demais”, diz o comunicado.

Quem possui epilepsia e for entrar no processo de habilitação do departamento, deve informar que possui a doença na fase de exame médico. Nesses casos, o médico acompanha o candidato, informando o grau de epilepsia e como o tratamento é feito. Dependendo da avaliação dos profissionais da saúde, o condutor pode ser habilitado na categoria "B", não podendo exercer atividade remunerada, como dirigir taxi.

O fato de que pessoas epiléticas podem conduzir veículos automotores é confirmado pelo médico psiquiatra Marcos Estevão dos Santos Moura. “Procurando o médico com frequência e tomando remédio corretamente, a pessoa pode dirigir e ter vida normal”, explica. No entanto, se as crises epiléticas acontecerem com frequência, o paciente deve se privar da direção de veículos e de outros maquinários, que podem causar acidentes.

“A crise epilética é caracterizar por convulsões que duram alguns segundos. De modo geral, duram menos de 30 segundos, mas é o suficiente para acabar em um acidente se a pessoas estiver operando uma máquina ou um carro. Ela perde totalmente a consciência”, esclarece.

Como a doença pode ser controlada, Estevão afirma que as crises só voltam a acometer os pacientes caso eles façam uso inadequado de álcool ou de algum tipo de medicamento que facilite o reaparecimento dos colapsos. “O risco é muito grande”, finaliza.

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