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Cidades

Fetems nega que ameaçador seja louco e diz que polícias investigam caso

Bruno Chaves | 09/12/2013 16:29
Foto publicada pela Fetems mostra presidente na companhia de policiais da Força Nacional (Foto: Divulgação)
Foto publicada pela Fetems mostra presidente na companhia de policiais da Força Nacional (Foto: Divulgação)

A Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação) nega que as ameaças contra a vida do presidente Roberto Botareli tenham partido de um homem taxado como louco. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, essa informação pretende desmoralizar o dirigente, que deixou o Estado no sábado (7) por temer um atentado.

Botareli teria sido ameaçado na quarta-feira (4) por ter liderado o movimento que tentou barrar, na semana passada, o “Leilão da Resistência”, evento promovido por produtores rurais do Estado para arrecadar fundos que financiariam ações de combate a invasão indígena em terras sul-mato-grossenses.

De acordo com a Fetems, o processo corre em sigilo nas polícias Civil e Federal e MPF/MS (Ministério Público Federal). A segurança de Botareli e da família – esposa, três filhas e netos – é feita pela Força Nacional depois que o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, encaminhou ofício ao Ministério da Justiça e à Secretaria Geral da Presidência da República solicitando o apoio.

Ameaças – Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o boletim de ocorrências 17239, registrado por Botareli às 18h43 do dia 4 de dezembro, diz que uma pessoa identificada como “Maurício Pistoleiro” ligou para a Fetems fazendo ameaças ao presidente.

“É o Maurício quem fala. Eu sou pistoleiro. Avisa o professor Roberto para ele se cuidar que ele vai morrer”, teria dito o ameaçador. O registro policial ainda informa que um técnico de telecomunicações identificou o número de onde partiu a chamada e que uma professora retornou a ligação quando Maurício teria novamente ameaçado: “avisa esse babaca que ele vai morrer”.

No boletim de ocorrências, o presidente ainda diz que uma das lutas da Fetems é a questão indígena no Estado. Ele também lembrou que entrou com pedido no MPF/MS para suspender o Leilão da Resistência que visava a contratação de grupos "paramilitares" para atuar contra os indígenas. Botareli contou que conversava com a imprensa quando foi informado sobre as ameaças.

Após o fato vira à tona, pessoas próximas a Botareli começaram a falar que o homem que fez as ameaças é maluco e que o fato de o presidente ter deixado o Estado "foi exagerado". Para a assessoria de imprensa da entidade, as especulações não passam de tentativas de desmoralizar Botareli e a luta pela causa indígena.

A assessoria de imprensa ainda disse que dois motociclistas foram à sede da entidade, um dia após as ameaças, procurar por Botareli. De acordo com o setor de comunicação, os homens foram à Fetems às 7h e conheciam a rotina do presidente.

Para a entidade, o presidente não sairia do Estado só por causa de uma ligação e outros fatores paralelos, que não podem ser divulgados, fizeram com que Botareli deixasse Mato Grosso do Sul.

Investigação – O Campo Grande News procurou as polícias Civil e Federal, além do MPF/MS e Justiça Federal, para saber se as investigações sobre as ameaças de morte ocorrem em sigilo.

De acordo com o MPF/MS, Botareli se reuniu com o coordenador criminal Silvio Pettengill para relatar o caso. O presidente da Fetems foi orientado pelo procurador da República a buscar ajuda da Delinst (Delegacia de Defesa Institucional) da Polícia Federal.

A assessoria do MPF/MS ainda divulgou que a Polícia Federal deve instaurar um inquérito e depois encaminhar ao MPF/MS, se o caso estiver relacionado a disputa por terras indígenas.

Caso o crime for entendido como comum pela Polícia Federal, o caso deve ser repassado ao MPE (Ministério Público Estadual). Por enquanto, o MPF/MS não comanda nenhuma investigação, informou a assessoria.

Já a comunicação da Justiça Federal informou que o órgão precisa receber um requerimento da Polícia Federal informando da conclusão do inquérito, se ele foi aberto. A instituição também disse que, até o momento, não tem conhecimento sobre o caso.

A assessoria de imprensa da Polícia Federal também foi procurada pela reportagem e não conseguiu informar, até o fechamento desta matéria, se alguma queixa crime envolvendo o presidente da Fetems foi aberta.

Já a Polícia Civil repassou as informações do boletim de ocorrências dizendo que a investigação é comandada pelo 1º DP e que não segue em segredo de Justiça, diferente do informado pela Fetems.

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