Greve fez 1200 agentes de saúde pararem, diz sindicato
Cerca de 1.200 agentes de saúde responsáveis pelo combate à dengue, à leishmaniose e ao atendimento familiar em Campo Grande mantiveram a greve iniciada ontem, após as negociações salariais terem sido paralisadas entre o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública e a Prefeitura de Campo Grande.
A greve, de acordo com o diretor do sindicato, Amado Cheikh, não tem data para terminar. Mesmo assim, apesar de diminuir o volume de atendimentos, o movimento não paralisou totalmente os serviços executados pelos agentes de saúde, já que a categoria reúne 1.942 mil servidores.
Porém, com o número reduzido de agentes nas ruas, a borrifação de inseticida contra a dengue está parada. Somente visitas domiciliares em busca de focos do Aedes Aegypti e do programa Saúde da Família continuam.
Nesta quinta-feira os agentes se concentram a partir das 8 horas na Câmara dos Vereadores em busca de apoio às reivindicações da categoria. Segundo Amado Cheikh, praticamente todo o efetivo participará do encontro, já que as negociações com a prefeitura foram canceladas.
Sem negociação - Nesta quarta-feira o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) disse que só voltaria a negociar com agentes em greve quando a categoria substituir os atuais representantes.
Ele ficou irritado depois de saber de gravações, feitas com celulares e gravadores de bolso, da reunião que teve com os membros da diretoria do sindicato. Os agentes cobram reposição de perdas salariais, que ultrapassam 60%, segundo o sindicado.
"O prefeito nem nos ouviu. Não durou nem três minutos a reunião. Ele só deu seus ultimatos e saiu. Ele pode até escolher com quem vai negociar, são 16 representantes de colegiado. Mas terá de se comprometer a ouvir nossas reivindicações. Quando se fala a verdade em uma reunião tem que levar as declarações até o fim. E não é isso que vimos", afirma Amado Cheikh.