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Cidades

Grevistas acampam em frente ao Bertin por benefícios

Redação | 04/10/2010 11:30

Cerca de 300 funcionários do frigorífico JBS/Bertin em greve a partir de hoje estão acampados em frente à unidade reivindicando alguns benefícios como folgas aos sábados e participação nos lucros.

Segundo grevistas que não quiseram se identificar temendo represálias, cerca de 30% dos funcionários está trabalhando. Uma parte, arrependida de não ter aderido à paralisação, estaria sendo impedida de deixar a sede da empresa.

"Para trabalhar, os funcionários deixam suas roupas em armários e vestem os uniformes. Só que trancaram estes vestiários, na tentativa de impedi-los de parar o trabalho", contou um grevista, que não quis se identificar.

Apesar de se tratar de uma paralisação pacífica, há muito barulho no local. Há carros ligados com música muito alta em frente ao Bertin.

Pela manhã, por volta das 5h, três camburões do Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) estiveram no local e pediu aos grevistas que não promovam tumulto. Eles pretendem permanecer pelo menos 24 horas acampados.

Duas viaturas da Polícia Militar estiveram há pouco no local do acampamento, para averiguar a situação.

Segundo os manifestantes, a empresa não concede participação nos lucros alegando que o faturamento do frigorífico é mais baixo que o da outra unidade, o Friboi.

No entanto, conforme os grevistas, o abate no Bertin é de 1800 a 2000 cabeças ao dia, enquanto que no Friboi este é número é bem menor, de 900 a 1000 cabeças.

A maioria que está acampada teme demissão se decidirem voltar ao trabalho. Segundo eles, a empresa alega que a greve é ilegal, e que isso ampara legalmente as possíveis demissões.

Outras reclamações são as más condições de trabalho, envolvendo turno extenso e negativa de folga mesmo quando se está doente.

"Antes tínhamos dois turnos, agora só tem um e o funcionário tem que ficar até acabar a carne. Alguns chegam em casa uma hora da manhã, porque aqui os ônibus demoram a passar. Isso é trabalho escravo, a empresa oprime os funcionários", reclamou um dos acampados, informando que as horas extras também não estão sendo pagas da forma devida.

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