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Cidades

Gripe, a doença do ano, matou uma pessoa a cada 3 dias em 2016

Em MS, 103 pacientes morreram com a influenza; número é cinco vezes maior que o de óbitos por dengue

Anahi Zurutuza | 23/12/2016 16:45
Desde o início do inverno, a Santa Casa opera no limite; pacientes com gripe e em estado grave são levados para lá (Foto: Arquivo)
Desde o início do inverno, a Santa Casa opera no limite; pacientes com gripe e em estado grave são levados para lá (Foto: Arquivo)
Circulação de vírus da gripe aconteceu antecipadamente, explica Rivaldo Venâncio (Foto: Simão Nogueira/Arquivo)
Circulação de vírus da gripe aconteceu antecipadamente, explica Rivaldo Venâncio (Foto: Simão Nogueira/Arquivo)

A gripe matou 103 pessoas em Mato Grosso do Sul neste ano, uma a cada três dias, cinco vezes mais que a dengue. As duas doenças têm formas de transmissão diferentes, mas são monitoradas de perto pelas vigilâncias epidemiológicas do Estado e dos municípios por acometerem muitas pessoas, também em distintas épocas do ano.

A última morte de paciente por gripe foi registrada “fora de época”. Em geral, os casos mais graves acontecem durante o inverno, mas no dia 1º deste mês um homem, de 49 anos, morreu em decorrência da doença.

A oito dias do fim de 2016, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) divulgou os penúltimos boletins epidemiológicos onde contabilizaram 1.055 casos de gripe e 59.273 de dengue no Estado.

Em Campo Grande, foram 290 pessoas diagnosticadas com um dos tipos de influenza. Já a dengue fez 28.279 vítimas.

Embora o vírus da dengue tenha contaminado o maior número de pessoas desde 2013, quando 102.026 tiveram a doença, em julho a gripe já era tratada como a doença do ano.

Em 2016, a gripe já matou quatorze vezes mais pessoas que no ano passado, quando sete pacientes com a influenza morreram, e três vezes mais que em 2014, quando 21 óbitos foram registrados.

Por quê? – O médico infectologista Rivaldo Venâncio Costa explica que o fato do vírus da gripe ter começado a circular mais cedo neste ano contribuiu para que a doença fosse mais letal. Em março, casos e mortes já começaram a ser registradas, enquanto que, em geral, as notificações começam a ser feitas em maio. Ninguém havia se vacinado ainda.

O infectologista alerta ainda para a subestimação da importância da vacina. “Isso tanto pela população, quanto pelas autoridades. Tanto é que todo ano tem o sufoco da secretaria atrás das grávidas e neste ano, teve a correria da população atrás de vacina, que está difícil de encontrar”, comentou.

Notificações – Rivaldo ressalta ainda que o número de casos de gripe registrados pela SES não pode ser tomado como base, uma vez que muitos pacientes sequer chegam a uma unida de saúde. “A diferença é que a gripe não é uma doença de notificação compulsória, mas a dengue é. Pela forma de transmissão, a gripe atinge uma quantidade de pessoa infinitamente maior que a dengue. Por baixo, no Estado, umas 200 mil pessoas já devem ter tido gripe neste ano”, concluiu.

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