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Cidades

Índios são perseguidos e assassinados, diz relatório

Redação | 21/03/2010 17:05

Documento produzido pela ONG (organização não governamental) Survival International diz que os índios da etnia Guarani que vivem em Mato Grosso do Sul sofrem exploração, discriminação, má nutrição, violência e há registro de assassinato, suicídio, desnutrição, prisões injustas e alcoolismo.

O relatório foi divulgado hoje pelo Comitê para Eliminação da Discriminação Racial da ONU (Organização das Nações Unidas). De acordo com o documento, o principal fato desencadeador desses problemas é a perda das terras para lavouras de soja, cana-de-açúcar e chá, criação de gado e até programas de assentamento do governo.

Isso tem feito os índios procurarem trabalhos temporários nas grandes fazendas e refinarias da região, separando-se dos parentes e de seu modo tradicional de organização social.

O documento diz que frequentemente os índios são perseguidos e assassinados por pistoleiros, em conflitos relacionados a posse da terra.

Outro ponto de destaque no documento é sobre o índice de suicídios entre os Guarani, um dos mais altos do mundo. Os dados revelam que, desde 1991, mais de 620 indígenas tiraram a própria vida.

Em 2005, o índice de suicídios entre eles foi 19 vezes mais alto do que o índice nacional. A expectativa de vida dos Guaranis do Brasil é mais de 20 anos inferior à média nacional.

"Nós estamos impacientes com o excessivo atraso nas demarcações territoriais. Estão nos matando lentamente e isso está nos expondo ao genocídio", contou um índio, segundo o documento.

Uma das recomendações da Survival International é justamente a finalização, em caráter de urgência, do programa de demarcação de terras dessa etnia.

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