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Interior

Após 8 meses, Funai consegue atender índios na fazenda Cambará

Elverson Cardozo | 16/07/2013 17:53
Servidores entregaram alimentos aos indígenas, que estão na área desde 2011. (Foto: Divulgação)
Servidores entregaram alimentos aos indígenas, que estão na área desde 2011. (Foto: Divulgação)

Depois de oito meses, graças a uma decisão judicial, servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) conseguiram entrar, na última sexta-feira (12), na fazenda Cambará, em Iguatemi, a 466 quilômetros de Campo Grande, onde os indígenas das comunidades Pyelito Kue e Mbarakay estão acampados desde novembro de 2011.

Fazendeiros haviam bloqueado o acesso à propriedade, trancando as porteiras com cadeados, mas cederam depois de uma decisão judicial que determinou multa de R$ 10 mil por dia.

A Fundação teve acesso ao local acompanhados da PF (Polícia Federal) de Naviraí e assessorados pela Operação Guarani. Pela primeira vez, as comunidades receberam cestas de alimentos por meio do acesso à fazenda.

Antes da decisão, assinada pela Desembargadora Federal Cecília Mello, os indígenas precisavam atravessar o Rio Hovy carregando as mercadorias recebidas.

O impedimento acontecia há oito meses, embora já houvesse determinação judicial para a entrada de órgãos federais. A proibição prejudicava o atendimento à saúde e colocava em risco a segurança alimentar de cerca de 500 famílias.

Agora, com a “força-tarefa”, a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) organizou grupos de atendimento médico para a entrada periódica no acampamento. A entrega de cestas de alimentos, realizada na semana passada, cumpre o programa de segurança alimentar do Governo Federal.

Ocupação – Desde novembro de 2011, os indígenas ocupam área de 1 hectare da Fazenda Cambará. Eles se refugiaram no local, situado do outro lado do Rio Hovy, depois de ataque de pistoleiros ao acampamento montado por eles em estrada vicinal da região, em agosto do mesmo ano.

A situação dos Guarani teve destaque em todo o país quando os índios divulgaram uma carta em que se declaravam dispostos a morrer em vez de deixar as terras. Na época, a comunidade havia sido notificada do despejo pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.

A área reivindicada foi identificada como território tradicional indígena, de acordo com estudo de delimitação elaborado pela Funai, publicado em janeiro deste ano. O processo de demarcação está sendo questionado pelos produtores rurais.

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