Atentado contra indígena: testemunha diz que atiradores estavam de moto
Segundo morador da aldeia, atiradores que balearam comerciante eram “brancos”
Os pistoleiros que tentaram matar o comerciante indígena Vitorino Sanches, 60, hoje (1º) em Amambai (a 531 km de Campo Grande), estavam de moto e prepararam emboscada para a vítima em estrada vicinal de acesso à aldeia. A versão é contada por testemunha, segundo apurou o Campo Grande News.
Vitorino voltava para a aldeia em sua caminhonete Toyota Hilux preta quando foi alvo de pelo menos 15 tiros. Dois disparos acertaram a vítima no braço esquerdo. Dono de pequeno comércio dentro da aldeia, ele permanece internado no Hospital Regional de Amambai.
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Morador da aldeia que passava pelo local disse que os dois homens estavam em uma moto Honda Biz vermelha e não eram indígenas. A amigos, a testemunha contou que ouviu a Toyota preta acelerando em direção a um sítio ao lado da estrada para fugir dos pistoleiros. Em seguida, a dupla voltou em direção à cidade. A Aldeia Guapo’y Amambai fica a 5 km do centro de Amambai.
O Campo Grande News apurou com moradores da aldeia que Votorino não tem ligação com o grupo que ocupa a Fazenda Borda da Mata, palco do confronto de índios com policiais militares do Batalhão de Choque, no dia 24 de junho.
A principal suspeita é que o atentado seja motivado pela eleição para escolha do novo capitão, ocorrida ontem. A chapa formada pelo líder Arsênio Vasques (capitão) e a professora Lurdelice Moreira Nelson (vice-capitã) foi eleita com 1.040 votos.
No dia 14 do mês passado, o indígena Marcio Rosa Moreira, 40, foi morto a tiros ao ser atraído para um trabalho em construção no Residencial Anali, no perímetro urbano.
Moradores da aldeia afirmam que ele foi vítima pistoleiros a mando de fazendeiros da região, mas a Polícia Civil afirmou que o crime não teve ligação com o conflito por terra. Entretanto, os investigadores ainda não revelaram quais seriam os motivos do crime.