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Interior

Base da Marinha em Ladário implanta balizamento em trecho paraguaio da hidrovia

Brasil já elaborou, por acordo bilateral, 34 cartas náuticas para melhorar a navegação no vizinho país

Por Silvio de Andrade | 16/10/2025 11:13
Base da Marinha em Ladário implanta balizamento em trecho paraguaio da hidrovia
Anteriormente realizada pelo DNIT, sinalização náutica é atribuição da Marinha no trecho brasileiro da hidrovia. (Foto: Divulgação)

A Marinha do Brasil inicia pela primeira vez nesta quinta-feira, 16, uma operação bilateral nas águas da Hidrovia Paraguai-Paraná – a “Comissão Balizope 2025” -, que consiste na implementação do balizamento náutico de um trecho exclusivamente paraguaio da via. A ação será realizada pelo Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste (CHN-6), do 6º Distrito Naval de Ladário.

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A Marinha do Brasil iniciou uma operação bilateral inédita na Hidrovia Paraguai-Paraná, denominada "Comissão Balizope 2025". A ação, conduzida pelo Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, instalará 50 sinais náuticos em um trecho paraguaio da hidrovia, que atualmente não possui sinalização. A iniciativa é resultado de um acordo entre Brasil e Paraguai, que já gerou a entrega de 34 cartas náuticas da região. O trabalho abrangerá 542 quilômetros da rota comercial, da foz do Rio Apa até a foz do Rio Pilcomayo, contribuindo para a segurança da navegação nesta importante via fluvial que conecta cinco países sul-americanos.

Até a primeira semana de novembro, serão instalados 50 sinais náuticos em uma região que atualmente não possui sinalização, melhorando a segurança da navegação em uma hidrovia que está sendo privatizada no Brasil para modernizar o sistema interior de transporte fluvial e aumentar o fluxo de cargas, em especial de minério de ferro, até o Oceano Atlântico.

A Hidrovia Paraguai-Paraná é uma das maiores vias navegáveis do mundo, com cerca de 3.442 quilômetros de extensão, conectando o interior da América do Sul por cinco países — Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Ela começa em Cáceres (MT) e cruza o Pantanal de Mato Grosso do Sul, de Corumbá a Porto Murtinho, por cerca de 1.248 quilômetros.

Cartas náuticas - A tarefa da expedição abrangerá cerca de 542 quilômetros da importante rota comercial – da foz do Rio Apa, na fronteira do Brasil (Porto Murtinho) com o Paraguai, à foz do Rio Pilcomayo, entre as cidades de Concepção e Assunção, capital paraguaia. A equipe do CHN-6 seguiu para a área nas lanchas balizadoras de águas interiores Lufada e Piracema no dia 2 de outubro.

Base da Marinha em Ladário implanta balizamento em trecho paraguaio da hidrovia
Equipe do CHN-6 seguiu para o Paraguai nas lanchas balizadoras "Lufada" e "Piracema". (Foto: Divulgação)

A “Balizope 2025” é fruto de um acordo bilateral entre os governos do Brasil e do Paraguai, que já resultou na entrega de 34 cartas náuticas do referido trecho de soberania exclusivamente do vizinho país. A entrega foi realizada em setembro de 2024 pelo comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen.

“Esta iniciativa permitirá a implementação do balizamento com base em sondagens atualizadas realizadas pelo CHN-6, assegurando a confiabilidade dos dados e contribuindo significativamente para a segurança da navegação e salvaguarda da vida humana na hidrovia”, observou o diretor do CHN-6, Capitão de Fragata Elides Freitas de Jesus Júnior.

Segundo ele, a “Comissão Balizope 2025” promoverá, ainda, “o estreitamento de laços, integração e interoperabilidade entre Brasil e Paraguai, reforçando o protagonismo do Brasil no contexto regional, por meio da cooperação técnico-naval com países vizinhos”.

Sinalização – Conforme nota divulgada pela Marinha do Brasil, os sinais náuticos são placas visuais instaladas nos rios para ajudar os navegadores a se orientarem e navegarem com segurança. Eles indicam o caminho mais seguro, áreas rasas, obstáculos ou mudanças na rota.

“Na Hidrovia Paraguai-Paraná, essa sinalização é fundamental para a orientação dos navegantes, pois por conta da dinâmica do rio e dos períodos de seca e cheia há trechos com variações sazonais do nível das águas e que exigem mudanças na orientação da navegação”, acrescentou o diretor do CHN-6.