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Interior

Brasileiros financiam lavouras de maconha, denuncia governo paraguaio

Segundo a Senad, as quadrilhas contratam camponeses pobres da linha de fronteira para plantarem maconha

Helio de Freitas, de Dourados | 07/11/2016 13:18
Agentes da Senad cortam lavoura de maconha na fronteira com MS, sexta-feira (Foto: Divulgação/Senad)
Agentes da Senad cortam lavoura de maconha na fronteira com MS, sexta-feira (Foto: Divulgação/Senad)
Operação destruiu 127 hectares de roças de maconha (Foto: Divulgação/Senad)
Operação destruiu 127 hectares de roças de maconha (Foto: Divulgação/Senad)

Brasileiros são os grandes financiadores das lavouras de maconha em território paraguaio. Na maioria das vezes, usam dinheiro obtido de forma ilícita, com o próprio tráfico de drogas e de armas e com roubos de carros, de cargas e a bancos, mas existe também dinheiro legalizado através de empresas de fachada que é destinado a bancar os custos do plantio e para pagar os plantadores.

As informações foram relevadas por oficiais da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), o órgão do governo paraguaio que combate o narcotráfico na fronteira com Mato Grosso do Sul.

Oficiais da Senad e o chefe do órgão, ministro Hugo Vera, estiveram sexta-feira (4) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, onde acompanharam a apresentação dos resultados da Operação Cavalo Doido, feita pela Polícia Federal brasileira.

“Os brasileiros são os grandes financiadores do cultivo de marihuana no Paraguai. Usam dinheiro do crime e até dinheiro legal”, afirmou ao Campo Grande News um oficial da Senad.

Segundo as autoridades paraguaias, muitos desses “financiadores” das lavouras de maconha moram em importantes cidades de Mato Grosso do Sul – principalmente Campo Grande Dourados – mas também residem em outros estados, principalmente São Paulo e Goiás.

Atividade rentável – Em regiões onde só existem culturas de subsistência, como nos arredores de Capitán Bado e na zona rural de Bella Vista Norte, plantar maconha é a única forma de ganhar dinheiro para sobreviver.

Usando as próprias terras e até mesmo áreas do governo em morros e reservas naturais, os agricultores cultivam maconha contratados pelos “patrões” brasileiros porque sabem que não serão presos.

Não existe um único caso que seja do conhecimento da imprensa de prisão de lavoureiros de marihuana. A Senad alega que os plantadores conseguem fugir antes da chegada dos policiais, mas Hugo Vera admite que existe um problema social e que essas pessoas precisam da atividade ilegal para sobreviver.

No lado paraguaio, o quilo de maconha custa 30 dólares, o equivalente a R$ 100. Nenhuma outra atividade agrícola é tão lucrativa. Por isso, as lavouras são plantadas de novo tão logo os pés adultos são cortados pelos agentes da Senad.

Na Operação Aliança encerrada na sexta-feira, foram destruídos 127 hectares de maconha em 52 áreas diferentes, que seriam suficientes para a produção de pelo menos 381 toneladas da droga pronta. O Brasil é o destino de 80% da maconha produzida no Paraguai.

Nos 29 acampamentos localizados no meio da mata, a Senad encontrou mais 18,9 mil quilos de maconha picada, 331 quilos da droga prensada e 1.570 quilos de semente.

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