Casal acusa hospital pela morte da filha mesmo mãe tendo doença contagiosa
Um casal, uma adolescente de 17 anos e um engenheiro civil de 63 anos, acusa o Hospital Municipal Oscar Ramires Pereira de Porto Murtinho, a 431 km de Campo Grande, pelo falecimento da filha que nasceu morta na madrugada de quarta-feira (11). O hospital garantiu na manhã de hoje (13) que a falta de cuidados com a saúde da adolescente teria causado a morte do bebê.
Para o pai da criança, João Fagundes Martins, durante o parto, que foi normal, a criança teria sofrido algum trauma e acabou morrendo.
A diretora do hospital, Calizânia Britos, salientou que o parto foi feito em condições adequadas e todos os cuidados com a mãe e o bebê foram tomados.
“Não posso dizer o que causou a morte da criança, porque são coisas confidenciais. Mas a mãe não teve cuidados durante a gravidez.Coisas que poderiam ser evitadas com o pré-natal não foram feitas”, explicou a diretora do hospital Calizânia Britos.
O pai do bebê alega que a esposa acompanhou a gravidez como é indicado e não havia motivos para o desfecho trágico. A adolescente teria dito ao companheiro que não havia médico na hora do parto e enfermeiras teriam ficado “apertando a barriga” dela.
Ele contou que a esposa entrou em trabalho de parto por volta de 1h30 de quarta-feira e foi levada para o hospital pelo Corpo de Bombeiros.
“Eles apertaram tanto que deve ter acontecido alguma coisa. O hospital não quis falar nada sobre a morte. Teve uma enfermeira que me disse até que a criança já estava morta ha 48 horas. Isso não existe, o bebê estava mexendo, ela teve contração, a criança se mexeu para sair”, afirma João.
Doença - Apesar de o hospital não divulgar a causa da morte, a própria adolescente confirmou, por telefone, que na Certidão de Óbito consta “Sepsemia Sífilis” como causa da morte da criança.
A sepsemia ou septicimia é uma infecção generalizada grave do organismo, quando a corrente sanguínea é contaminada com bactérias. Já a Sífilis é uma doença infecto-contagiosa, transmitida pela via sexual, podendo ser transmitida ao feto durante a gestação.
“Mas eu fiz exames de sangue e urina e se eu tivesse esse negócio tinha que aparecer”, disse a adolescente.
Morando em Dourados, no dia do parto a mãe estava em Porto Murtinho, onde vive a família; e o pai estava a caminho de Campo Grande.
“Alguém vai ter que se responsabilizar por isso. Ela está chocada. Ela foi tratada como uma mulher qualquer. Era o primeiro filho dela”, disse João.
A diretora da unidade disse que irá registrar Boletim de Ocorrênica contra veiculações feitas no Facebook. "É muito fácil falar, mas eles tem que provar que a culpa é do hospital. Nós entregamos ao pai o laudo de um exame que é a "ponta do iceberg". A partir disso, ele pode saber tudo que aconteceu", disparou.