Comerciante usa medo de injeção para estuprar menino de 7 anos
Justiça manteve pena de 9 anos de prisão e indenização de R$ 20 mil por estupros ocorridos em Vicentina
O TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) manteve condenação de 9 anos e 5 meses de prisão, em regime fechado, a comerciante de 83 anos que estuprou menino de 7 anos, filho da vizinha, em Vicentina, a 247 quilômetros de Campo Grande. O homem o ameaçava, dizendo que, se contasse para alguém, a criança teria que “ir ao hospital tomar injeção”.
Na decisão publicada hoje no Diário da Justiça, dada pela 3 Câmara Criminal do TJ-MS, também foi mantido o pagamento de R$ 20 mil por indenização determinada pela 1ª Vara de Fátima do Sul.
Segundo denúncia do MPMS (Ministério Público de MS), os abusos aconteceram nos dias 14 e 15 de abril de 2020, dentro da casa do comerciante, em um conjunto habitacional de Vicentina.
No dia 14, o menino foi até o estabelecimento e o comerciante, aproveitando-se que ele estava sozinho o levou para casa e o estuprou. A vítima reclamou sentir dores, e o acusado o amedrontou, dizendo que não poderai contar para ninguém ou iria para hospital tomar injeção.
O garoto voltou para a casa e a mãe relatou que estranhou de ver a cueca dele suja de sangue e fezes, mas no menino não contou nada.
No dia seguinte, por volta das 14h30, o menino disse que iria na casa da tia, tendo a permissão da mãe. Em seguida, a mulher foi se deitar pois tinha tomado medicamento.
Segundo investigação, o menino foi até o comércio do homem que novamente o levou para dentro de casa.
A mãe da criança não conseguiu dormir e se levantou. Ela saiu e viu a bicicleta do filho na frente do comércio. Ela foi até o estabelecimento, puxou cortina e viu o menino sendo abusado.
Desesperada, começou a agredir o homem e salvou o filho. Ela questionou a criança do motivo dele não ter contado o que tinha acontecido e porque tinha voltado. "Eu não falei porque ele falou que se eu falasse iria pro hospital tomar injeção".
O garoto contou o que tinha acontecido no dia anterior, quando ele foi estuprado pela 1ª vez.
A mulher levou o filho para o Hospital Municipal de Vicentina, que acionou o Conselho Tutelar e a Polícia Civil. O homem foi preso em flagrante.
O comerciante foi condenado a 9 anos, 5 meses e 22 dias de reclusão, em regime fechado, sem direito a recorrer em liberdade, além do pagamento da multa de R$ 20 mil. A defesa apelou ao TJ-MS, impetrando apelação criminal, negada pelos desembargadores. “A dinâmica dos fatos demonstra o exacerbado grau de reprovabilidade da conduta”, concluíram.