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Interior

Crise na saúde pode deixar 260 renais crônicos sem hemodiálise

Alegando prejuízo com atendimento pelo SUS, clínica terceirizada devolveu serviços para Hospital Evangélico; Conselho de Saúde cobra mais “responsabilidade do Estado com Dourados”

Helio de Freitas, de Dourados | 16/08/2016 12:02
Setor de hemodiálise pode entrar em colapso em Dourados (Foto: Diário MS)
Setor de hemodiálise pode entrar em colapso em Dourados (Foto: Diário MS)

Pelo menos 260 renais crônicos que fazem hemodiálise em Dourados, a 233 km de Campo Grande, podem ficar sem atendimento nos próximos dias, mais uma vez por causa da crise financeira que atinge o Hospital Evangélico.

Alegando prejuízo entre o valor que recebe e a despesa mensal do serviço, a Dinefro, empresa terceirizada pelo Evangélico para atender os renais crônicos, devolveu ontem o gerenciamento da Clínica do Rim ao hospital.

A Renasul (Associação de Renais Crônicos de Dourados) teme que a crise prejudique o atendimento aos pacientes da cidade e da região.

Assim como acontece na oncologia, o Evangélico é credenciado pelo Ministério da Saúde para atender renais crônicos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas terceiriza o serviço para outra empresa, que presta atendimento usando a estrutura do hospital.

Com a decisão da Dinefro de deixar o serviço, o Evangélico terá de reassumir o atendimento aos renais crônicos, assim como faz com os pacientes de oncologia por causa da crise entre o hospital e o CTCD (Centro de Tratamento de Câncer de Dourados).

O presidente da Renasul, Feliciano Paiva, disse ao Campo Grande News que a Dinefro aponta prejuízo mensal de R$ 30 mil por causa da defasagem da tabela SUS – usada para calcular o valor a ser pago pelos serviços prestados. Já o Evangélico, segundo ele, alega prejuízo de R$ 800 mil por mês.

Podem morrer - “Nossa maior preocupação é o atendimento aos pacientes que fazem hemodiálise, porque esse serviço não pode ser interrompido e cair no esquecimento igual aconteceu com o transplante de rins em Mato Grosso do Sul. A hemodiálise não pode parar, senão em uma semana morrem 20% das pessoas que fazem tratamento”, afirmou Feliciano Paiva.

Conselho – A crise da hemodiálise foi discutida ontem (15) no Conselho de Saúde de Dourados e o órgão já acionou o governo de Mato Grosso do Sul, para que disponibilize mais recursos para o município.

“O conselho deliberou que o HE assuma de fato o que havia terceirizado para a Clínica do Rim. Agora vamos convocar o Estado para discutir mais recursos para Dourados e que tenha mais responsabilidade com a macrorregião”, afirmou a presidente do conselho, Berenice Machado.

Ela disse que o já foi credenciada uma clínica nova para atender os renais crônicos. “Não dá para entender. Reclamam da tabela SUS e credenciam a clínica deles para receber pela mesma tabela. Se está tendo prejuízo, por que não entregam de vez?”, questionou.

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