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Interior

Defensor apura falta de reabilitação em cidade no corredor do tráfico

Ricardo Campos Jr. | 27/03/2017 14:47
Cidade de Corumbá fechou clinica de reabilitação pública, diz defensor (Foto: divulgação / Prefeitura de Corumbá)
Cidade de Corumbá fechou clinica de reabilitação pública, diz defensor (Foto: divulgação / Prefeitura de Corumbá)

Mesmo localizada em uma região fronteiriça conhecida como corredor do tráfico de drogas, a cidade de Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande, não tem centro especializado para tratar dependentes químicos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A constatação foi feita pela Defensoria Pública, que apura a responsabilidade do município pela falta de um espaço de reabilitação.

“A [população da] cidade possui fácil e barato acesso aos mais variados tipos de drogas, em especial a maconha, cocaína e pasta base. O número de usuários e dependentes químicos na região é assustador, porém as políticas públicas voltadas a esse grupo se limitam ao atendimento ambulatorial no CRAS-ad e acompanhamento do CREAS (assistência social)”, disse ao Campo Grande News o defensor Vagner Flausino.

O caso veio à tona quando ele precisou acionar a Justiça para que a prefeitura arrumasse uma clínica de tratamento a um rapaz usuário de drogas mantido sedado durante 20 dias em um hospital pela falta de espaço próprio para reabilitação.

“Era um leito hospitalar, onde não podia sair e manter contatos regulares com outras pessoas, o que por óbvio compromete a sua recuperação. Em clinicas apropriadas para esse tipo de tratamento, há o acompanhamento de médico psiquiatra, psicólogo, dentre outros profissionais”, relata o defensor.

A prefeitura, segundo Flausino, contratou recentemente uma psiquiatra exclusivamente para acompanhar os dependentes, que são mantidos principalmente na Santa Casa local. O defensor lembra que a lei autoriza a internação desse público em caráter temporário, até que termine o processo inicial de desintoxicação, devendo haver o encaminhamento a um local especializado.

“Ocorre que o município de Corumbá tem se mantido inerte nesse caso e, apenas em um caso ou outro, após pressões dos órgãos públicos que integram o sistema de Justiça, com muita luta e muita demora, tem-se conseguido a recolocação dessas pessoas em clinicas especializadas”, diz Vagner.

Ele mora na cidade há pouco tempo, mas durante as apurações foi informado que existia uma clínica pública na cidade, que foi fechada por opção do município. Existem tratativas extrajudiciais com o órgão para tomada de medidas que resolvam o problema, “porém, nada que garanta efetivamente celeridade na colocação desses dependentes ou doentes psiquiátricos em locais apropriados”.

O procedimento de apuração foi oficializado na última sexta-feira mediante publicação de edital no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul. Conforme o defensor, ele irá focar na amplitude do problema e traçar os encaminhamentos necessários que devem ser tomados para sanar a causa.

O Campo Grande News tentou contato com o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha (PSDB), tanto por celular como no telefone fixo do gabinete, mas ninguém atendeu as ligações.

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