Delegado e dois agentes acusados de desviar contrabando são afastados
Os três policiais são lotados em delegacias de Dourados e estão usando tornozeleira eletrônica
O delegado Luccas Rodrigues Gomes e os investigadores Dagoberto Peters e Fernando Cesar Guerra Bagordache foram afastados dos cargos por ordem judicial. O afastamento, por 90 dias, foi publicado nesta sexta-feira (6) pela Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Três policiais civis de Mato Grosso do Sul, o delegado Luccas Gomes e os investigadores Dagoberto Peters e Fernando Guerra, foram afastados de suas funções por 90 dias por ordem judicial, devido a acusações de apropriação de carga de contrabando. Além do afastamento, eles estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica e terão que entregar seus pertences e armamentos, com suas férias canceladas e acesso a sistemas suspenso. O processo, que tramita em sigilo, inclui tanto uma ação criminal quanto uma ação disciplinar contra os envolvidos.
Os três são lotados em delegacias de Dourados, cidade a 251 km de Campo Grande. O processo tramita em sigilo, mas o Campo Grande News apurou que os policiais são acusados de se apropriar de carga de contrabando, apreendida de um conhecido contrabandista baseado no distrito de Vila Vargas.
- Leia Também
- Juíza solta PMs acusados de matar ex-vereador
- TJMS aumenta pena e manda demitir policiais acusados de corrupção
Além do afastamento das funções, os três estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica. A reportagem confirmou que Luccas Gomes, Dagoberto Peters e Fernando Guerra já passaram pelo procedimento para instalação dos equipamentos.
A portaria assinada pelo delegado Clever José Fante Esteves, corregedor-geral da Polícia Civil, informa que o afastamento dos três policiais segue decisão judicial. Além do processo criminal, os investigados responderão à ação disciplinar.
Fernando Guerra está lotado atualmente na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados, mas até o ano passado fazia parte dos quadros da Defron (Delegacia de Fronteira).
Dagoberto Peters é lotado na 1ª Delegacia de Polícia e fez parte do SIG (Setor de Investigações Gerais). Já o delegado Luccas Gomes é lotado na 2ª DP de Dourados.
Além do afastamento por 90 dias, a Corregedoria determinou recolhimento da arma, munições, coletes balísticos, algemas, distintivos, carteira funcional e demais pertences do patrimônio público.
Os policiais também terão de entregar itens de uso pessoal em serviço, como camisetas com a identificação da Polícia Civil, e tiveram as férias canceladas. Senhas e logins de acesso aos bancos de dados da instituição policial (sistema Sigo) também ficam suspensas.
Outro lado - Através de sua equipe jurídica, o policial Dagoberto Peters informou que exerce o cargo de investigador da Polícia Civil há quase 15 anos, nunca tendo se envolvido, até então, em nenhuma investigação ou procedimento administrativo disciplinar, “atuando sempre de forma correta e ética perante a instituição”.
Dagoberto nega qualquer envolvimento nos fatos investigados e “confia no Poder Judiciário, no trabalho de investigação da Corregedoria da Polícia Civil e espera que a questão seja esclarecida o mais rápido possível”. Integram a defesa do policial as advogadas Thaisa Fernandes de Noronha e Maria Rita Torres Teixeira.
Os outros dois policiais ainda não se manifestaram sobre as investigações e o afastamento. O espaço segue aberto.
*Matéria alterada às 9h28 de 07/12/2024 para acréscimo da nota de Dagoberto Peters.
Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.