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Interior

DOF faz operação em área de conflito para liberar estradas em fazendas

Em nota, direção do departamento informou que área ocupada por índios continua restrita à Fazenda Primavera, invadida no sábado

Helio de Freitas, de Dourados | 26/08/2015 13:14
Diretor do DOF (ao centro) comandou operação de varredura em fazendas no município de Antonio João (Foto: Divulgação)
Diretor do DOF (ao centro) comandou operação de varredura em fazendas no município de Antonio João (Foto: Divulgação)

Equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) desobstruíram estradas rurais bloqueadas por índios no município de Antonio João, a 279 km de Campo Grande. A operação ocorreu ontem e foi liderada pelo diretor do departamento, coronel PM Ary Carlos Barbosa.

Em nota divulgada nesta quarta, o departamento, que tem sede em Dourados, informou que os policiais apoiaram na desobstrução das vias de acesso a propriedades próximas à Fazenda Primavera, invadida sábado (22) por índios guarani-kaiowá da aldeia Nhanderu Marangatu.

Segundo o DOF, foi feita a liberação dos acessos às fazendas Fronteira, Barra e Cedro, todas próximas à Primavera e que fazem parte da área de 9.700 hectares reivindicada pelos índios. Em 2005 as terras foram homologadas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva como área indígena, mas no mesmo ano o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a demarcação.

“Não houve confronto e nem negociação com os índios da fazenda invadida. O DOF apenas garantiu a segurança para que funcionários recuperassem um ‘mata-burro’ da estrada de acesso às três fazendas mencionadas, parcialmente danificado pelos índios após a invasão à Fazenda Primavera”, afirma a nota.

Ainda de acordo com o DOF, foram feitas varreduras nas fazendas e até aquele momento nenhuma outra propriedade tinha sido invadida ou depredada.

Nota de Repúdio – O Sindicato Rural de Maracaju divulgou “nota de repúdio e indignação” à invasão da Fazenda Primavera. A entidade afirma que a ocupação foi feita por “índios brasileiros e paraguaios, incitados pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), entidade ligada e financiada pela Igreja Católica (CNBB)”.

Conforme a entidade ruralista, a propriedade ocupada é área produtiva e legalmente titulada. O sindicato chama a ação de “covarde, vândala e violenta” e diz que os índios chegaram armados com facas, flechas e armas de fogo, “agredindo e fazendo reféns na propriedade rural”.

Para resolver o conflito, a entidade que representa os produtores de Maracaju pede apoio dos demais sindicatos rurais de MS, do governo do Estado e do Comando Militar do Oeste, “por ser área de fronteira”.

Deputada – Quem também repudiou a invasão foi a deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB). Em discurso ontem na Assembleia Legislativa, ela criticou a falta de segurança jurídica para os produtores rurais de Mato Grosso do Sul e disse que áreas legalmente tituladas pelo governo brasileiro, os proprietários querem produzir, mas não conseguem.

“Quem quer produzir acaba sendo retirado de sua casa sem nada poder levar. Como permitir que cidadãos indígenas invadam uma propriedade titulada sem que nada seja feito? A polícia vai lá e nada acontece. Não sei o que dizer deste país, onde tudo que é ilegal se torna legal”, segundo nota divulgada pela assessoria.

Policiais do DOF durante operação em propriedades rurais no município de Antonio João (Foto: Divulgação)
Policiais do DOF durante operação em propriedades rurais no município de Antonio João (Foto: Divulgação)
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